Título: Chalita trilha os passos de Marina
Autor: Caitano , Adriana
Fonte: Correio Braziliense, 27/07/2012, Política, p. 4
O deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita (PMDB) e a ex-senadora e ex-candidata à Presidência da República Marina Silva (sem partido) têm mais em comum do que o fato de terem atuado no Congresso e a religiosidade acentuada. Na campanha eleitoral deste ano, a estratégia de divulgação digital do peemedebista é muito semelhante à utilizada por Marina — a equipe também é a mesma. A paulistana MVL Comunicação foi uma das responsáveis por popularizar a ex-senadora acriana, principalmente na internet, levando-a a conquistar 20 milhões de votos em 2010. Cabe à empresa, agora, tornar Chalita conhecido o suficiente para ao menos chegar ao segundo turno.
Uma das principais semelhanças entre as duas campanhas já pode ser percebida no comportamento de Chalita nas redes sociais. Em seu perfil no Twitter, Chalita responde nominalmente os internautas e comenta situações cotidianas, como o que ele tem comido nas visitas a bairros da cidade. Em seu site, a MVL diz que a tática de "não terceirizar a voz" do candidato segue os princípios dos "10 mandamentos" que levaram "uma candidata desconhecida e de um partido pequeno, com pouco dinheiro e tempo na tevê, a uma campanha de sucesso".
Uma ação que repercutiu positivamente para Marina nas redes sociais foram os tuitaços, nos quais os integrantes do microblog reproduziam em massa mensagens sobre um tema em dia e horário marcados. A mobilização ainda não foi feita na campanha de Chalita, mas o candidato já participou de um "adesivaço", conforme intitulado em seu site, distribuindo pessoalmente adesivos a eleitores nas ruas.
Nilson de Oliveira, sócio-diretor da MVL, explica que o objetivo é fazer Chalita ter um contato cada vez mais íntimo com o eleitor. "A melhor forma de um candidato ou de uma marca ganhar espaço é buscar esse contato direto com as pessoas, sem mediação. Para isso, não há melhor ambiente que o digital", afirma. Ele destaca, no entanto, que o candidato é orientado a não estimular debates agressivos e que não sejam propositivos.
A equipe incorporou também outra estratégia considerada efetiva no caso de Marina Silva: a possibilidade de doação individual de dinheiro pela internet. A iniciativa já havia sido utilizada por Barack Obama na disputa que o levou ao comando dos Estados Unidos e, no Brasil, tomou corpo na campanha de Marina Silva em 2010. De acordo com a empresa, na época, foram arrecadados R$ 170 mil em 53 dias. "O eleitor brasileiro não tem tradição nesse tipo de envolvimento ainda, mas já se sente importante e comprometido com a candidatura ao dar colaboração direta", comenta Oliveira.