Título: Rivais namoram sindicatos em BH
Autor: Fonseca , Marcelo da
Fonte: Correio Braziliense, 27/07/2012, Política, p. 5

Belo Horizonte — Os dois principais candidatos à prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias (PT) e o atual prefeito, Marcio Lacerda (PSB), que disputa a reeleição, intensificaram as conversas com entidades sindicais em busca de apoio para as respectivas campanhas. Ontem, Lacerda teve, pela segunda vez na semana, uma agenda com sindicalistas. Patrus também se encontrou com organizações de trabalhadores. Em busca dos votos dos empregados do comércio, o prefeito almoçou no restaurante do sindicato da categoria em Minas Gerais, no centro da capital do estado. O socialista recebeu o apoio de representantes da Força Sindical, da Nova Central Sindical e do Sindicato dos Bancários, e assumiu o compromisso de colocar em discussão as reivindicações feitas pelos trabalhadores. A proximidade com entidades que historicamente são ligadas ao PT foi considerada fundamental pela coligação, como forma de mostrar o bom diálogo entre a prefeitura e os sindicatos.

Entre as cobranças apresentadas a Lacerda por representantes dos trabalhadores, estão a regulamentação do comércio e, Belo Horizonte e o apoio às propostas que preveem menores jornadas e melhores condições de trabalho. "Continuamos de mãos dadas com Marcio e precisamos do apoio dele para dar prosseguimento às medidas que melhorem a qualidade de vida dos empregados. A contrapartida é a regulamentação do comércio. Em pleno século 21, não podemos aceitar a falta de regras para o funcionamento em fins de semana e feriados, questões ligadas a assédio moral e muitos problemas que tornam nosso dia a dia muito cansativo", disse José Alves Paixão, presidente do Sindicado dos Empregados do Comércio de Minas Gerais (SEC-MG).

Sem polêmica

Apesar das agendas coincidentes, Patrus Ananias disse que não vai criar polemica a respeito de apoios das entidades sindicais. Patrus esteve ontem na Escola Sindical do Barreiro, na abertura do seminário do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais (Sinttel), ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Segundo ele, a briga faz parte do jogo político. "Vamos disputar o apoio de todos os setores e segmentos com a nossa proposta, resgatando nossa história." O candidato ressaltou ainda sua "história de compromisso com a classe trabalhadora". "Fui advogado trabalhista de diversos sindicatos, como os dos professores, dos metalúrgios, dos jornalistas, dos radialistas, dos engenheiros e dos assistentes sociais. Também fui professor de direito do trabalho. Minha história no movimento sindical é antiga", disse.