Título: PT insiste no impeachment
Autor: Valadares, João
Fonte: Correio Braziliense, 18/07/2012, Política, p. 4
Logo depois da coletiva do PSDB, o senador Walter Pinheiro (PT-BA), líder do partido no Senado, informou que todas as informações colhidas pela CPI devem ser encaminhadas de maneira célere à Procuradoria-Geral da República e à Assembleia do Estado de Goiás para embasar pedido de impeachment do governador Marconi Perillo e autorização para abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O líder petista chegou a dizer que se deve utilizar o mesmo remédio usado contra o ex-senador Demóstenes Torres, cassado na semana passada por envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Walter Pinheiro rebateu as declarações de Sérgio Guerra. "Cada um diz o que quer. Não fomos nós que escolhemos que o processo de Cachoeira viesse a coincidir com o julgamento do mensalão. Estes fatos poderiam ter surgido em 2009. Alguém acha que vai mudar o curso da história?", salientou. Em relação aos ataques feitos à Polícia Federal, o petista limitou-se a dizer que se trata de uma instituição séria e precisa ser respeitada. "Isso é maluquice."
No fim da tarde, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) voltou a afirmar que o governador Perillo deve ser indiciado pela CPI do Cachoeira. Ele ressaltou que, após as últimas denúncias, formou sua convicção. "Não se trata de perseguição partidária. Integrantes de outros partidos também devem ser indiciados, inclusive do PT." Mais cauteloso, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que, só com as conclusões do trabalho, pode divulgar os indiciamentos. "Respeito o deputado Paulo Teixeira, mas ele fala por ele. Não posso agora, neste momento, saber quem vai ser ou não vai ser indiciado." (JV)
Garotinho entrega denúncias à CPI O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) entregou ontem 68kg de documentos que comprovariam irregularidades praticadas pela Delta Construções em contratos firmados no Rio de Janeiro. Segundo o parlamentar, a papelada mostra indícios de pagamentos à empresa por obras não realizadas, superfaturadas e com aditivos em excesso. "É uma documentação muito forte, tudo oficial. Há um consórcio entre Carlos Cachoeira e Cavendish (presidente da Delta). Só não sei por que um foi preso e o outro não foi", atacou Garotinho.