Correio braziliense, n. 20340, 28/01/2019. Política, p. 5

 

Bolsonaro passa por cirurgia nesta manhã

28/01/2019

 

 

O presidente Jair Bolsonaro passa pelo procedimento de retirada da bolsa de colostomia, na manhã de hoje, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Segundo o boletim médico, os exames pré-operatórios estão apresentando normalidade para que ele seja submetido à cirurgia. O trabalho dos médicos deve durar quatro horas. Segundo o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro está tranquilo e deve despachar dentro da unidade médica após a recuperação.

Já internado, o presidente divulgou um vídeo no Twitter comentando alguns temas da última semana, como o Fórum Econômico Mundial, em Davos. “No meu entender, foi um sucesso. Tenham certeza, todos gostam do Brasil. O Brasil será uma grande nação, com toda a certeza”, disse, sobre o evento internacional. Bolsonaro também falou da tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), que “afeta a todos nós e nós somos solidários às famílias das vítimas”.

Ele classificou o episódio de “barbaridade” e destacou que os ministros responsáveis estão tomando as medidas necessárias para “minorar a dor dos familiares e dar apoio aos sobreviventes”. O presidente deu entrada às 10h30 de ontem no hospital Albert Einstein. Bolsonaro carrega a bolsa desde que levou uma facada, em 6 de setembro do ano passado, na cidade mineira de Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral.

Durante a internação, o presidente ficará com um grupo de poucas pessoas, como a primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno Ribeiro, o porta-voz do Planalto, Otávio Santana de Rêgo Barros, e o chefe de gabinete Pedro César Nunes. “A partir das 7h, devo ser submetido à cirurgia para retirada da bolsa de colostomia. Deve durar por volta de três horas, mas, se Deus quiser, correrá tudo bem”, declarou o presidente durante o vídeo. Ele também agradeceu às orações recebidas.

 

Otimismo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que também o acompanhará, fez postagem no Twitter com foto de seu pai saindo do avião no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. “Com clima de otimismo, desembarcamos agora em SP para a bateria de exames preparatórios para a cirurgia de amanhã de @jairbolsonaro, que vai reconstruir seu intestino, rompido pela facada do ex-militante do PSol”, escreveu.

O boletim médico divulgado pelo hospital na tarde de ontem informou que o presidente “foi submetido à avaliação clínica pré-operatória, exames laboratoriais e de imagem, com resultados normais”. O relatório é assinado pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, pelo clínico e cardiologista Leandro Echenique e pelo diretor-superintendente do hospital Albert Einstein, Miguel Cendoroglo.

Em entrevista coletiva a jornalistas, Barros reforçou que Bolsonaro está tranquilo e otimista com a cirurgia, enquanto esperava o jogo do Palmeiras. Esse será o terceiro procedimento pelo qual o presidente passará desde a agressão.

 

Protagonismo

Após os trabalhos dos médicos, a estimativa é de que o presidente permaneça em torno de 10 dias na capital paulista em recuperação. O vice-presidente Hamilton Mourão assumirá a Presidência durante 48 horas, já que Bolsonaro terá uma ala especial dentro do hospital para realizar despachos.

Logo após a cirurgia, Bolsonaro deverá ficar em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, assim que for liberado, seguirá para o quarto e voltará a estabelecer contato com integrantes mais próximos da equipe de governo que o acompanharão na viagem. Enquanto Bolsonaro estiver internado, há previsão de briefings diários na própria unidade hospitalar para informar o público sobre o estado de saúde do presidente e as atividades previstas.

No Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência, Mourão também se declarou otimista com a cirurgia. “O presidente vai voltar zerado”, disse. Na última semana, ele assumiu o papel de protagonista no governo enquanto o presidente estava em Davos, na Suíça. Ao o comando novamente, ficará encarregado de chefiar a reunião ministerial que tratará das ações do governo para socorrer as vítimas da barragem da Vale.