Título: Rebeldes e Exército anunciam vitórias
Autor: Seixas , Maria Fernanda
Fonte: Correio Braziliense, 31/07/2012, Mundo, p. 19

A guerra travada na cidade de Aleppo também se desenrola fora das fronteiras da cidade. Enquanto a capital financeira da Síria é bombardeada pelas forças de Bashar Al-Assad, o embate de informações sobre os resultados da ofensiva é tenso. Os soldados do regime clamam que o bairro de Salaheddin, um importante reduto dos insurgentes em Aleppo, foi dominado pelo governo. O porta-voz do Exército Sírio Livre (ESL), no entanto, refutou a informação. %u201CAs tropas de Al-Assad não avançaram nem um centímetro%u201D, afirmou à tevê Al-Jazeera o coronel Abdel Jabbar Al-Oqaidi, chefe do conselho militar rebelde de Aleppo. No front político, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, conversaram ontem por telefone e acordaram uma coordenação de esforços para acelerar a transição política na Síria. No mesmo dia, o ESL anunciou que não aceitará negociações externas.

ara o ativista sírio Ammar Abdulhamid, exilado nos EUA e especialista do Foundation for Defense of Democracies, as especulações feitas durante a última semana de que o regime está perto do fim são prematuras. %u201CIsso marca o começo do fim do primeiro round, mas o confronto vai continuar. Esta revolução ainda não acabou%u201D, afirmou, reforçando que as forças rebeldes estão mais organizadas e, após invadirem depósitos pertencentes a Al-Assad, ampliaram seu arsenal. Ontem, os insurgentes afirmaram ter controlado um posto do governo na principal estrada que liga a cidade à fronteira com a Turquia %u2014 um importante ponto de escoamento de combustível, de alimentos e de artilharia.

%u201CEnquanto isso, as deserções continuam a atormentar as forças de Al-Assad, razão pela qual ele foi forçado a usar até mesmo caças. Ele também segue confiando mais e mais nas milícias%u201D, disse o ativista, em alusão à renúncia, anunciada ontem, pelo encarregado de negócios sírios em Londres, Jaled Al-Ayubi, e à deserção, em Latakia, de um subcomandante e de 11 policiais. Em Homs, um comboio da ONU que levava o novo chefe dos 150 observadores da ONU, o general Babacar Gaye, foi alvejado por armas leves. Apesar do incidente, ninguém ficou ferido. Não se sabe ainda quem disparou os tiros.