Título: Queda de 23% no desmatamento
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Fonte: Correio Braziliense, 03/08/2012, Brasil, p. 11
O desmatamento na Região Amazônica caiu 23% entre agosto de 2011 e julho deste ano na comparação com os 12 meses anteriores. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicaram que, com exceção de Roraima, todos os estados da região mantiveram ou reduziram os índices. O Maranhão foi o que registrou a maior queda no desmatamento (67%), seguido do Amazonas, com 45% menos áreas devastadas, Acre e Pará, onde a derrubada de árvores reduziu 42%. Os resultados foram divulgados ontem pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. "Roraima tinha números absolutos com explosão do desmatamento. O estado agora está indicando tendência de queda", avaliou a ministra. Ainda assim, ela explicou que os dados indicam apenas uma tendência de diminuição na região para os próximos meses. "Não podemos afirmar que vai reduzir o desmatamento, mas é um indicativo."
O resultado da devastação do bioma foi obtido pelo Sistema de Monitoramento em Tempo Real (Deter), do Inpe. O órgão utiliza imagens de satélite para visualizar a perda mensal de vegetação no bioma. Os dados apontam que 2,04 mil km² foram desmatados nos últimos 12 meses. Com isso, quase 700km² foram poupados. Para a ministra, os números mostram "o resultado da robustez nas políticas e estratégias de monitoramento". De acordo com o Inpe, somente entre abril, maio, junho e julho deste ano o desmatamento causou a perda de 651,62km² de cobertura florestal, área equivalente a 36 vezes o tamanho do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Nos mesmos quatro meses de 2011, a devastação registrada no bioma foi quase o dobro — 1.282,99km² (uma área maior que a cidade do Rio de Janeiro).
O ministério também comemorou redução nos índices de devastação em Mato Grosso. Segundo o Deter, MT foi responsável pela perda de 311,84km² de floresta entre abril e julho, representando queda de 50% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2011, o governo federal precisou fazer uma intervenção no estado devido ao ritmo intenso de degradação por causa das plantações de soja. Na época, o Ministério do Meio Ambiente anunciou a criação de um "gabinete de crise" para atenuar o ritmo de destruição na região.