O Estado de São Paulo, n. 45739, 09/01/2019. Política, p. A4

 

Para Santos Cruz, petistas têm ‘obrigação moral’ de sair

09/01/2019

 

 

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmou ontem que as exonerações em sua pasta não possuem viés ideológico nem representam uma caça às bruxas, embora tenha admitido que militantes petistas devem deixar os cargos. “Quem é ativista de partido como o PT tem obrigação moral de se afastar da administração”, afirmou Santos Cruz, após reunião ministerial.

A Secretaria de Governo dispensou ontem 18 funcionários, seguindo recomendação da Casa Civil para que os titulares de cada pasta exonerem servidores com cargos em comissão e façam um “pente-fino” nas nomeações. “Exoneração é normal. É uma questão de revisão de estrutura”, argumentou o ministro, que disse estar conversando com todos os servidores. “O critério (para permanência) é o da capacitação profissional”, disse.

Na semana passada, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, exonerou 320 funcionários e anunciou que faria uma espécie de chamada oral para saber como cada um dos ocupantes dos cargos chegou ao governo. “Para não sair caçando bruxa, primeiro a gente exonera e depois a gente conversa”, afirmou Onyx, no último dia 2. “O governo é novo: ou afina com a gente ou troca de casa. Simples assim”, emendou ele, que falou em “despetizar” o Brasil. A medida foi alvo de críticas internas e houve quem apontasse o risco de paralisia das ações de governo.

Silêncio. Santos Cruz também afirmou ontem que não existe falta de sintonia entre integrantes da equipe ou uma “lei do silêncio” para evitar novos desencontros de informações. “Que é isso? Tá louco... Comigo não”, disse.