O Estado de São Paulo, n. 45784, 23/02/2019. Economia, p. B5

 

Para Guedes, reforma pode sair até junho

Vinicius Neder e Denise Luna 

23/02/2019

 

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem estar otimista com a tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) de reforma da Previdência no Congresso Nacional. Guedes disse acreditar numa aprovação da reforma ainda no primeiro semestre.

“Sim, temos otimismo com a tramitação”, afirmou Guedes, em rápida entrevista, ao deixar a cerimônia de posse da presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Susana Cordeiro Guerra, no Rio. Questionado se seria possível aprovar a PEC ainda no primeiro semestre, Guedes respondeu apenas: “Claro, no primeiro semestre. As conversas têm sido muito boas.”

Guedes já havia demonstrado otimismo com a articulação política durante o discurso de 27 minutos na cerimônia de posse de Susana. “Do meu lado, particularmente, tenho experimentado Brasília sentindo ventos de otimismo”, afirmou o ministro no discurso.

Segundo Guedes, os três poderes independentes da República “querem trabalhar juntos”. O ministro destacou que tanto o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), têm demonstrado apoio às reformas. “O Judiciário reconhece a necessidade de reformas”, acrescentou Paulo Guedes.

Na quarta-feira, o ministro foi ao Supremo defender a reforma da Previdência. Participaram da reunião o presidente do STF, Dias Toffoli, e os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. No encontro, Guedes afirmou que a medida vai garantir mais justiça social e será fundamental para a recuperação das contas públicas

 

Privatizações. Ontem, na posse da presidente do IBGE, o ministro também citou a boa articulação com o Congresso ao defender as privatizações de empresas estatais. “O Congresso que chegou (com as eleições

de 2018) entende isso. Tenho tido ótima capacidade de diálogo”, disse Guedes.

 

Apoio

“O Judiciário reconhece a necessidade das reformas.”

Paulo Guedes

MINISTRO DA ECONOMIA

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Alcolumbre se diz otimista com tramitação

Teo Cury 

23/02/2019

 

 

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, disse ontem acreditar que a proposta de reforma da Previdência pode estar aprovada até junho, caso o texto seja aprovado pela Câmara dos Deputados em abril. “Se vier da Câmara em abril, acho que a gente entra no recesso de julho com a proposta aprovada”, disse o presidente, durante café da manhã com jornalistas.

A previsão de Alcolumbre considera a tramitação da proposta seguindo os prazos regimentais das duas Casas. Primeiro, o texto tem que ter o aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que verifica se respeita princípios constitucionais. A CCJ deve ser instalada na próxima terça-feira. Depois, a proposta segue para a comissão especial, onde fica, no mínimo, por 11 sessões, em que os parlamentares analisam o texto e podem fazer alterações. Em seguida, o texto é votado na comissão especial e segue para o plenário da Câmara, onde precisa de 308 votos dos 513 deputados, em dois turnos, para ser aprovado. Só depois segue para a CCJ do Senado, antes de ir ao plenário, onde são necessários 49 votos dos 81 senadores, também em dois turnos, para ser aprovado.

Alcolumbre disse que, apesar de o governo ainda não ter os 49 votos suficientes para aprovar o texto, “a maioria dos senadores quer votar a reforma da Previdência”. Ele destacou, no entanto, que o governo precisa se articular para buscar os votos necessários.

O presidente informou que em 15 dias terá uma conversa com os líderes dos partidos no Senado para saber o “sentimento” da Casa com relação à reforma. Ele adiantou, no entanto, que a reforma da Previdência não tem como tramitar ao mesmo tempo que o pacote “anticrime” do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

“A reforma da Previdência pode ser um tema sensível, mas os senadores estão dispostos. Eu não via essa vontade de votar em outros governos”, disse o presidente do Senado.

Alcolumbre afirmou que neste primeiro momento há uma resistência de senadores em relação às mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

De acordo com Alcolumbre, os senadores estão dispostos a criar uma comissão especial no Senado para que os parlamentares possam acompanhar o andamento da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados e debater os pontos polêmicos do texto. Na avaliação do presidente, o grupo pode dar celeridade ao processo.

 

Cronograma

“Se vier (a reforma da Previdência) da Câmara em abril, acho que a gente entra no recesso de julho com a proposta aprovada.”

Davi Alcolumbre

PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL