Título: Contestações no plenário
Autor: Jeronimo , Josie
Fonte: Correio Braziliense, 10/08/2012, Política, p. 2

No sexto dia do julgamento do mensalão, os ministros do STF ouviram ontem representantes dos acusados ligados ao PP e também o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. O primeiro a subir à tribuna foi o advogado Marthius Sávio Cavalcante Lobato, que defende Pizzolato. Ele é acusado de receber R$ 326 mil do empresário Marcos Valério para beneficiar a empresa DNA Propaganda nas licitações do banco. Além disso, ele teria desviado R$ 73 milhões de recursos supostamente públicos da Visanet. O advogado explicou que Pizzolato não tinha autonomia para contratar as empresas de propaganda e gastou boa parte do tempo para desmontar a tese de que os recursos da Visanet são públicos. "A Visanet é uma empresa privada. Seu modelo de gestão é como o de qualquer outra sociedade por ações", afirmou.

O advogado Marcelo Leal adotou postura de Tribunal do Júri para defender Pedro Corrêa, ex-presidente do PP, cassado em 2005 por causa das denúncias do mensalão. O defensor disse que os R$ 750 mil repassados ao réu foram destinados ao pagamento dos honorários do advogado Paulo Goyaz, que representou o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC). "Não houve cooptação de parlamentares no Congresso e sim pagamento de honorários do advogado de um deputado que tinha mandato ameaçado", assegurou Leal.

Representante do ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genú, Maurício Maranhão de Oliveira disse que o réu apenas cumpria ordens do ex-deputado José Janene, já falecido. Genú é acusado de receber R$ 1 milhão do esquema. José Antônio Alvares, defensor do deputado federal Pedro Henry (PP-MT), centrou sua defesa na desqualificação da denúncia. Ele atribuiu a Gurgel uma "duvidosa conduta" e apontou que faltou à PGR a "necessária lealdade" para a condução do caso.

O último a se defender foi o dono da corretora de valores Bônus Banval, Enivaldo Quadrado. Segundo a denúncia, ele e seu sócio, Breno Fishberg, teriam atuado para lavar recursos repassados a parlamentares e representantes do PP. O advogado de Quadrado, Antônio Pitombo, disse que é impossível caracterizar crime de lavagem de recurso porque seu cliente não sabia da origem do dinheiro e, além disso, não há caracterização do crime anterior.