Título: Fundações no foco do debate
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Fonte: Correio Braziliense, 13/08/2012, Cidades, p. 20
Alguns pretendem trabalhar para conseguir incentivos financeiros de forma independente. Outros ressaltam que uma instituição de ensino superior não sobrevive sem as fundações. Nove dos 10 candidatos conversaram com o Correio sobre este e outro tema polêmico: as terceirizações. A maioria considera o serviço importante para algumas áreas, como a de limpeza. Mas há aqueles com planos de realizar seleção, aproveitando os atuais funcionários, mas transformando-os em servidores.
A candidata Maria Luisa Ortiz, da chapa Gira UnB para uma nova gestão, destaca a importância da transparência na captação e aplicação dos recursos. "Há uma ausência de política específica da universidade para estes órgãos e de mecanismos de controle e normatização para as atividades que desenvolvem", explicou. Uma de suas propostas é fazer um controle sistemático por meio da apresentação de relatórios parciais, semestrais e anuais, com a devida prestação de contas. Nas terceirizações, Ortiz defende a fiscalização e a valorização dos trabalhadores.
Volnei Garrafa, da Viver UnB, entende que as fundações são necessárias e devem existir dentro do marco legal. Com relação às terceirizações, ele acredita na importância dos servidores contratados por meio de concurso, mas não descarta a possibilidade de subcontratar por meio de outras empresas. "Em áreas técnicas muito especializadas, muitas vezes as terceirizações são necessárias", disse.
Ana Valente, da chapa Uma reitoria valente para honrar a UnB, pretende discutir as terceirizações com a comunidade acadêmica e cogita uma nova modalidade de gestão para algumas áreas. "Será avaliada a possibilidade de abertura de concurso público para técnicos, por exemplo, para motoristas". Ela é favorável às fundações e promete trabalhar dentro dos requisitos legais.
Prejuízos Ao lembrar o período em que a UnB não firmou contratos com nenhuma fundação, Ivan Camargo, da chapa UnB somos nós, destacou prejuízos incalculáveis. "Elas são indispensáveis para o funcionamento da universidade. O que precisamos fazer é dar o mesmo tratamento ao recurso arrecadado por elas do que os provenientes do Tesouro, ou seja, transparência total nos gastos", disse. O candidato não desvincula o uso de mão de obra terceirizada para alguns serviços na UnB, mas ressalta a necessidade de fiscalização e garantia dos direitos trabalhistas.
Gustavo Lins, candidato pela Inova UnB, concorda. "Sem fundações para agilizar os trâmites burocráticos, corremos o risco, sobretudo nas práticas científicas e tecnológicas dependentes de laboratórios e insumos de pesquisa caros, de ficarmos para trás em diferentes áreas". Porém, ele considera a terceirização um sério problema dentro da universidade. "Seria um contrasenso, em muitos sentidos, não aproveitar o conhecimento, a experiência e as habilidades já existentes entre estes trabalhadores", disse. Assim, ele é a favor de realizar um processo seletivo que aproveite as habilidades desses trabalhadores.