O globo, n. 31267, 16/03/2019. Economia, p. 23

 

Guedes: governo não fará concursos públicos

Stephanie Tondo

16/03/2019

 

 

Ministro afirma que metade do funcionalismo federal vai se aposentar nos próximos anos, mas que a proposta do governo é investir na digitalização. Ele voltou a defender o apoio dos estados à reforma da Previdência

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem, durante evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio, que o governo conta com o apoio dos entes federativos (estados e municípios) para aprovar a reforma da Previdência. Guedes disse ainda que o governo não pretende realizar concursos públicos nos próximos anos, apesar da previsão de que muitos servidores vão se aposentar. —De 40% a 50% do funcionalismo federal vão se aposentar nos próximos anos, e a ideia é não contratar pessoas para repor. Vamos investir na digitalização. Segundo o ministro, a recuperação econômica depende da aprovação de medidas como a reforma da Previdência e a revisão do pacto federativo com estados e municípios. Sobre a dificuldade financeira enfrentada por governadores e prefeitos, o ministro afirmou que, sem a aprovação da reforma, não haverá possibilidade de ajuda da União. —Me ajuda a fazer a reforma que o dinheiro cai naturalmente —disse. Guedes destacou ainda a importância de desvincular os orçamentos dos limites mínimos constitucionais e dar mais autonomia para que estados e municípios organizem os gastos de acordo com suas necessidades.

— Nosso diagnóstico é que o descontrole sobre gastos públicos corrompeu a política e estagnou a economia. A culpa da degeneração política é da economia — declarou o ministro, acrescentando que acredita que esta mesma classe política está amadurecendo: — Assumam o Orçamento, senhores. É preciso reabilitar a classe política brasileira. Guedes voltou a afirmar que a reforma da Previdência precisa economizar pelo menos R$ 1 trilhão, para que seja viável criar o novo regime de capitalização. —O regime de repartição já quebrou antes mesmo de a população envelhecer. Mas preciso de pelo menos R$ 1 trilhão para sangrar o sistema antigo, até que todo o sistema chegue na capitalização.