O globo, n. 31626, 11/03/2019. Rio, p. 11

 

Caso Marielle: sobrevivente cobra elucidação

11/03/2019

 

 

Assessora da vereadora, que estava em carro atingido por 13 tiros, diz ao ‘Fantástico’ que não viu os assassinos, lembra momentos de medo e afirma que é preciso responsabilizar os criminosos

Às vésperas de o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes completar um ano, a única sobrevivente do ataque falou ao “Fantástico”, da Rede Globo, sobre medo, lembrou a atuação da parlamentar e cobrou a elucidação do caso. Ela, que também estava no carro atingido por 13 disparos no Estácio, afirmou que não pode ser considerada uma testemunha.

— Não faz sentido eu estar numa sombra, porque isso só reforçaria o entendimento de que sou uma testemunha, que eu teria visto alguma coisa, que tenho uma informação que pudesse custar a minha vida — afirmou Fernanda Chaves, que trabalhava como assessora de imprensa da vereadora. —Lembro que fui depor na delegacia imediatamente após o crime com a sensação de que, a qualquer momento, viria uma rajada de metralhadora pela janela.

A sobrevivente disse que Marielle não tinha inimigos, mas afirmou que a vereadora “despertava ódio nos racistas e machistas”:

— Alguns vereadores se incomodavam coma presença dela, tinha gente que não gostava de entrar no elevador com a Marielle.

Fernanda, porém, disse não poder apostar numa autoria:

—Ela era, obviamente, crítica da ação das milícias, mas, institucionalmente, tinha uma limitação como vereadora. O mandato dela estava muito mais voltado para questões de gênero, de violência contra a mulher, ela não tinha as milícias como alvo.

Após o crime, a assessora foi incluída em um programa de proteção da Anistia Internacional e passou três meses na Europa.

—Você se depara com muitas privações, sabe? Você perde a sua amiga, a sua colega de trabalho, a sua chefe, a vereado rada sua cidade, amadrinha dasu afilha. Aí vocêéimped idade vivenciar ori tualded espedida d osa migos,éimped ida de levar afilha para a escola.

Fernanda disse ainda que espera a elucidação do crime:

—Não é possível que agente vá continuar passando essa vergonha no mundo, de não conseguir responsabilizar os criminosos.

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Suspeitos de matar médica têm prisão decretada

Marcos Nunes

11/03/2019

 

 

A Justiça decretou a prisão preventiva de três suspeitos da morte da médica Gisele Palhares Gouvêa, de 34 anos, atingida comum tiro na cabeça quando dirigia uma caminhonetepela Linha Vermelha, no limite entre o Rio e São João de Meriti, em junho de 2016. Quase três anos após o crime, a Polícia Civil concluiu que ela foi vítima de um latrocínio( assalto seguido de morte ). Nesse período, dois dos acusados de envolvimento no assassinato, Christofer Cruz Barbosa da Silva e Igor de Oliveira Lopes, oS mith, morreram em confrontos coma polícia.

Os outros três acusados são do Complexo da Pedreira. Entre eles está Thiago Rodrigues da Silva, o TH ou Thiago Gordo. Apontado como o mandante de roubos de cargas praticados na região do Morro da Quitanda e cunhado do traficante Carlos José da Silva, o Arafat (que controla parte do tráfico na Pedreira), Thiago está atrás das grades desde agosto de 2017, quando foi preso pela PM com um fuzil. As investigações apontaram que ele encomendou aos bandidos um veículo com as características do carro que era dirigido pela médica.

Além de TH, tiveram prisão decretada Rodrigo Ribeiro da Silva, o Da Farmácia, e Marcos da Silva Xavier. Os dois ainda não foram localizados e são considerados foragidos. Para chegar até os acusados, a polícia contou com provas periciais e testemunhais.