Título: Manifestação na Esplanada
Autor: Filizola, Paula
Fonte: Correio Braziliense, 14/08/2012, Economia, p. 13

Professores e técnicos das universidades federais fazem ato hoje em frente ao Ministério do Planejamento e amanhã participam de marcha com outras categorias. Eles querem reabrir negociações, mas o governo afirma que não fará nova proposta

Protesto de professores das universidades federais: recusa do aumento diferenciado de 25% a 40%, que favorece os que têm maior titularidade

A poucos dias de completar três meses de greve, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes-SN) realiza na manhã de hoje mais um protesto em frente ao Ministério do Planejamento. Com objetivo de pressionar o governo federal para reabrir as negociações com a categoria, os grevistas participam de ato coordenado em conjunto com Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Tecnológica (Sinasefe) e Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra). Os três sindicatos também participarão amanhã de uma marcha na Esplanada dos Ministérios, com os demais setores em greve. A recomendação do Andes-SN feita aos docentes foi de intensificar os protestos contra o governo federal nos próximos dias. A entidade também tem reunião marcada com deputados na quinta-feira para sugerir a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Reabertura de Negociações. Os Comandos Locais de Greve foram instruídos a procurar deputados nos estados em busca de apoio. "A greve continua forte, tanto que as assembleias apontam, de forma expressiva, a continuidade da nossa luta", avalia a presidente do Andes-SN, Marinalva Oliveira. Ontem, o Andes-SN organizou um ato em frente ao Ministério da Educação (MEC) defendendo a reabertura das negociações. No entanto, na última semana, o governo federal foi categórico ao afirmar que a mesa de negociações com os docentes universitários foi encerrada. Segundo o MEC, o Andes-SN e Sinacefe podem aderir à proposta a qualquer momento, mas não haverá modificações. O ministério está supervisionando o calendário de reposição das aulas.Até o fim de agosto, o Ministério do Planejamento vai enviar ao Congresso Nacional, na Lei Orçamentária Anual (LOA), a proposta de carreira dos professores das universidades e institutos federais, que prevê reajustes de 25% a 40%, assegurando ganhos reais expressivos a quem tem maior titulação e dedicação exclusiva. O impacto anual será de R$ 4,2 bilhões. No último 3 de agosto, o governo assinou acordo somente com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes). O Andes-SN alega que essa entidade tem pouca representatividade.