Título: Críticas ao procurador-geral
Autor: Aberu, Diego; Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 14/08/2012, Política, p. 2

Pimeiro a subir à tribuna ontem, o advogado Bruno Alves admitiu que o ex-deputado Bispo Rodrigues recebeu R$ 150 mil do PT, por meio do empresário Marcos Valério, mas negou que esse dinheiro tenha relação com a compra de apoio político. Segundo o defensor, a quantia foi usada exclusivamente para o pagamento de dívidas de campanha contraídas no segundo turno das eleições de 2002. Para ele, a compra de votos é "ilógica", pois o PL fazia parte do governo. "O acusado jamais negou o recebimento desse dinheiro", sustentou Alves, citando que o único motivo de Rodrigues ser réu pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva é o fato de ter recebido o valor. Ele argumentou que não há provas de que o ex-parlamentar tenha feito qualquer "contraprestação" em troca do recebimento dos recursos.

O advogado Itapuã Messias, defensor do ex-secretário nacional do PTB Emerson Palmieri, também criticou o procurador-geral. Ele afirmou que o trabalho de Roberto Gurgel é "uma peça pretensiosa, que pretende ser uma sentença". Para ele, não há uma individualização de conduta na acusação. "Cadê a descrição da conduta? Como é que o Emerson poderia saber da origem do dinheiro se ele nem mesmo sabia dos fatos?", questiona.

A defesa de Romeu Queiroz, por sua vez, ressaltou a biografia do político, que foi duas vezes deputado federal e três estadual. O advogado Ronaldo Dias confirmou que o então presidente do PTB mineiro recebeu R$ 102 mil da empresa SMP&B, mas afirmou que a quantia era fruto de doação eleitoral da Usiminas. "Ele não praticou nenhum ato que pudesse macular a sua função de parlamentar, por isso não há de se falar em corrupção."

O ex-deputado e atual prefeito de Jandaia do Sul, José Borba, que à época era do PMDB do Paraná, é acusado de receber R$ 200 mil do esquema. O advogado Inocêncio Mártires Coelho disse ontem que não há provas contra ele. "Essa peça acusatória está cheia de furos e esparadrapos. As provas que o procurador chama de robustas são anêmicas. Com relação a José Borba, a única decisão correta e justa será absolvê-lo por absoluta falta de provas." (DA e HM)