O globo, n. 31297, 15/04/2019. País, p. 6

 

'Cabe à PF apurar', diz líder do PSL, sobre ministro do Turismo

Bruno Góes

15/04/2019

 

 

Marcelo Álvaro Antônio foi acusado por deputada do partido de ameaçá-la de morte; ele nega

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse ontem que o seu partido deve esperara investigação da Polícia Federal (PF) sobre a acusação de ameaça de morte à deputada A lê Silva( PS L tomar qualquer providência. A parlamentar afirmou no sábado que o colegado PSL e ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, fez ameaças contra sua vida em duas ocasiões, com transmissão de recados por políticos.

Waldir ressaltou que a competência para avaliar o caso na legenda deve ser do presidente nacional, Luciano Bivar, mas defendeu uma investigação para evitar qualquer tipo de julgamento indevido. Procurado pelo GLOBO, Bivar não retornou. O ministro, também eleito deputado federal, está no centro do escândalo de “candidatos-laranja” do PSL.

— Temos uma situação em que nós temos que verificar quem tema verdade. Eis sovamos verna apuração dos fatos. Não é o PSL que tem de fazer. Houve um problema que começou no diretório de Minas e não foi resolvido nada por lá. Agora, cabe à Polícia Federal apurar. Aí, depois da investigação, alguma coisa pode ser feita. Não queremos prejulgar —diz Waldir.

A lê fez a acusação em jornal “Folha de S. Paulo ”. Ao GLOBO, a deputada reiterou a denúncia, disse que o ministro comunicou por via indireta sentir “ódio mortal” por ela e afirmou já ter sido xingada por Álvaro em ligação feita na madrugada. Segundo Alê, o ministro “usa” o presidente Jair Bolsonaro, que resiste em demiti-lo do cargo:

—Eu de fato me sinto ameaçada, pelos últimos acontecimentos. Ele (o ministro) não fala diretamente comigo. Essas pessoas não usam mais telefone, têm medo de estar grampeadas. Então mandam interlocutores. Um viajou 216 quilômetros para me falar pessoalmente, pedir para eu não levar adiante mais nada.

Segundo Alê, a ameaça seria uma reação às acusações relacionadas a um suposto esquema de candidaturas-laranja de mulheres pelo PSL. A deputada reuniu informações sobre o caso e entregou a uma associação de sua região, para que fossem repassadas ao Ministério Público. Álvaro Antônio nega as acusações.