Título: Cronograma pós-mensalão
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Fonte: Correio Braziliense, 23/08/2012, Política, p. 2

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem, em sessão administrativa, manter o cronograma do julgamento do mensalão, com três sessões semanais, até o fim da análise do caso. Antes da reunião, o relator do processo, Joaquim Barbosa, garantiu que o plenário concluirá as votações antes do fim de setembro. Na sessão, que contou com a presença de 10 ministros — o único ausente foi Barbosa —, o STF definiu que realizará três encontros semanais até o fim do ano mesmo depois da conclusão do julgamento. Normalmente, há apenas duas sessões. O objetivo é recuperar o tempo perdido com o mensalão, uma vez que nenhum outro processo está sendo apreciado paralelamente.

Os ministros rejeitaram, porém, a proposta de Marco Aurélio Mello, que sugeriu a convocação de duas sessões extras durante o julgamento do mensalão para a análise de outros temas. Luiz Fux chegou a propor o aumento do número de encontros a partir da semana que vem para acelerar o processo que está sendo julgado desde o dia 2. No entanto, a sugestão não foi acatada.

Os ministros fixaram, ainda, que aqueles que tiveram posição igual a do relator não farão votos longos após o mensalão, A ideia é otimizar o tempo. Segundo Marco Aurélio, 260 mil processos estão "sobrestados aguardando o posicionamento do Supremo" em outros tribunais. (DA)

Advogados contra Toffoli Dois advogados protocolaram uma denúncia no Senado, ontem, contra o ministro José Antonio Dias Toffoli. Guilherme Abdalla e Ricardo Salles pediram o impeachment de Toffoli pela sua participação no julgamento do mensalão, uma vez que apontam que ele tem proximidade com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, um dos réus na ação penal. Também ontem, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota na qual critica o relator do caso, Joaquim Barbosa, negando que advogados tenham adotado comportamentos ofensivos durante as sustentações orais.