Título: Socorro à vista nos EUA
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Fonte: Correio Braziliense, 23/08/2012, Economia, p. 15

Washington — O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve lançar "em breve" outra rodada de medidas de estímulo monetário para impulsionar a economia do país, a menos que o ritmo de atividade melhore consideravelmente, o que dispensaria o socorro oficial. O recado veio com a ata da reunião do comitê de mercado aberto da entidade comandada por Ben Bernanke, realizada em 31 de julho e 1º de agosto.

"Muitos membros julgaram que uma acomodação monetária adicional provavelmente seria justificada em breve, a menos que informações futuras apontem para um fortalecimento substancial e sustentável no ritmo da recuperação econômica", informou o documento, divulgado ontem. Os principais índices acionários em Wall Street reduziram as perdas depois da publicação da ata, enquanto os preços dos títulos do Tesouro norte-americano ampliaram os ganhos.

A reunião ocorreu antes da divulgação recente de alguns dados favoráveis, como o crescimento mais forte que o esperado do nível de emprego em julho. No relatório, entretanto, as autoridades foram muito categóricas ao demonstrar insatisfação com o cenário de debilidade da economia norte-americana.

Preocupação O socorro do Fed poderá vir na forma de novas aquisições de títulos em poder de bancos e investidores, apesar de alguns membros do organismo terem manifestado preocupação com os grande volumes já aplicados em papéis lastreados em bônus do Tesouro e em hipotecas.

Para outros, no entanto, a autoridade monetária ainda tem uma "capacidade substancial" para comprar novos ativos. Isso injetaria mais dinheiro na economia e ajudaria o crescimento dos negócios. Pelos termos da ata, o Fed estaria considerando lançar um programa de compras "flexível", sem anunciar previamente o valor a ser adquirido no mercado.

» Resgate da Espanha

Relatório do banco norte-americano Goldman Sachs, divulgado ontem, prevê que a Espanha aproveitara a reunião de ministros de Finanças dos países da Zona do Euro, em 14 de setembro, em Chipre, para apresentar formalmente um pedido de socorro global para a economia. O governo de Madri já tem assegurada uma ajuda de 100 bilhões de euros para salvar o sistema financeiro do país, fragilizado pelo estouro da bolha imobiliária, mas poderá precisar de uma ajuda mais ampla para sair da crise. Os termos gerais de um programa desse tipo já foram delineados mo início de agosto pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, mas, de acordo com o Goldman Sachs, a Espanha precisa primeiro conhecer detalhes do plano ante de se manifestar.