Título: Ultimato à Grécia
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Fonte: Correio Braziliense, 23/08/2012, Economia, p. 15

Atenas — O presidente do Eurogrupo — fórum de ministros de Finanças das 17 nações que adotam o euro —, Jean-Claude Juncker, manifestou ontem apoio à Grécia, mas exigiu que o governo aumente os esforços para sanear as contas do país. Ele se reuniu com o primeiro-ministro, Antonis Samaras, no primeiro de uma série de encontros em que o líder grego tenta obter um prazo adicional de dois anos para eliminar o deficit público.

Segundo Juncker, a concessão do prazo suplementar, até 2016, dependerá de relatório a ser apresentado em setembro pelos credores institucionais — União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), a chamada "troika". Para ele, a redução do deficit é a "prioridade número um". "Devem ser feitos esforços em matéria orçamentária e reformas estruturais suplementares, além de privatizações", insistiu Juncker, destacando que a Grécia sofre uma "espécie de crise de credibilidade". "Agora, a bola está nas mãos dos gregos. De fato, essa é a última oportunidade, e eles têm que saber disso", afirmou.

A maratona diplomática de Atenas para ganhar fôlego continua amanhã, quando Samaras se reúne com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim. No sábado, ele estará em Paris com o presidente francês, François Hollande. O governo grego alega que um dos pontos do acordo assinado com os credores prevê aumento do prazo de ajuste em caso de recessão mais profunda do que a esperada. Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia deverá cair 7%, no quinto ano consecutivo de retração.