Valor econômico, v.19 , n.4512, 28/05/2018. Empresas, p. B3

Enel espera que leilão da Eletropaulo ocorra dia 4

Claúdia Schüffner

28/05/2018

O presidente da Enel do Brasil, Carlo Zorzili, disse que espera que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mantenha a data de 4 de junho para o leilão de venda de ações e transferência do controle da Eletropaulo. A distribuidora paulista de energia vem sendo disputada pela companhia italiana e pelo grupo espanhol Iberdrola, por meio de sua controlada Neoenergia no Brasil.

Liminar obtida pela Neoenergia proibia que as duas empresas apresentassem os envelopes com o aumento das ofertas no dia 24, data em que também deveria ser feito o registro do interferente, ou seja, de outras empresas potencialmente interessadas.

Os prazos haviam sido estipulados pela CVM, que dividiu o processo em fases e marcou a data do leilão - dia 4 de junho. Mas, na sexta-feira, outra liminar, do Tribunal de Justiça, derrubou a anterior, determinando contudo que fossem feitos ajustes nos procedimentos, já que envelopes não foram entregues.

Até o momento, a oferta de maior valor pela Eletropaulo é a da Enel, que ofereceu R$ 32,20 por ação, o equivalente a R$ 5,39 bilhões pelo total da companhia. A da Neoenergia é de 32,10.

"Não posso comentar detalhes específicos sobre a Eletropaulo porque estamos em um processo competitivo em curso. Mas nossa expectativa é que a CVM diga que a data de 4 de junho é impreterível e imutável", disse Zorzoli em entrevista ontem ao Valor.

A liminar obtida pela Neoenergia, proferida pela 2ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem da Comarca de São Paulo, mudou todo o cronograma previsto pela CVM para o leilão da Eletropaulo. Suspendeu a entrega de propostas por parte das duas rivais, Enel e Neoenergia, que deveriam ser feitas na quinta-feira.

A liminar dizia ainda que o oferta vencedora não deveria ser determinada na quinta-feira. As interessadas, portanto, deveriam concorrer somente no dia do leilão, mantido para o dia 4 de junho.

Segundo a CVM, devido a nova decisão que suspendeu a liminar da Neoenergia, serão necessários ajustes nos procedimentos, a serem definidos nos próximos dias. A autarquia esclareceu ainda que não serão fornecidas mais informações, pois o processo está sob segredo de justiça.