Título: Brasil quer etanol em Cuba
Autor: Bancillon, Deco
Fonte: Correio Braziliense, 25/08/2012, Economia, p. 17

O governo quer incentivar a fabricação de etanol de cana-de-açúcar em Cuba e elevar o país latino ao posto de terceiro maior fornecedor global do combustível renovável, atrás apenas dos Estados Unidos e do próprio Brasil. A ideia é construir mercados produtores e com isso garantir uma rede de abastecimento que ajudaria a consolidar o etanol como uma commoditty internacional.

Há expectativa de que Cuba possa reduzir o quadro atual de extrema fragilidade do setor açucareiro. Assim como o Brasil, Havana teve durante a década de 1970 um forte mercado produtor de cana-de-açúcar, com média de 8 milhões de toneladas anuais. Hoje, produz 1,2 milhão de toneladas.

A proposta brasileira será colocada à mesa pelo ministro do Desenvolvimento e Indústria, Fernando Pimentel, que embarcará para Havana na próxima terça-feira, depois de passar dois dias em negociações em Caracas, na Venezuela.

Em Cuba, Pimentel será recebido pelo ministro de Comércio Exterior, Rodrigo Malmierca Díaz, e por um dos oito vice-presidentes do Conselho de ministros do governo de Raúl Castro. No encontro, além de falar de etanol, o representante do governo brasileiro tratará também de parcerias para trocas comerciais bilaterais nas áreas de fármacos e açúcar.

Na área de bioenergia, deverão ser discutidas parcerias de empresas brasileiras com o Grupo de Administração Empresarial do Açúcar (Azcuba), uma estatal cubana que recentemente fechou acordo com uma subsidiária da Odebrecht para a administrar a usina 5 de Septiembre, na província de Cienfuegos.