Valor econômico, v.18 , n.4479, 10/04/2018. Brasil, p. A5
Setor teme 'loteamento' político na Aneel
Camila Maia
10/04/2018
Ao mesmo tempo em que retomou o comando do Ministério de Minas e Energia (MME), com a nomeação de Moreira Franco como titular da pasta, fontes no setor já comentam que o MDB assumiria também indicação da maior parte dos nomes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo fontes ouvidas pelo Valor, o único membro da atual diretoria que deve continuar na Aneel é André Pepitone. Ele deve assumir a diretoria-geral do órgão regulador, no lugar de Romeu Rufino. O diretor Tiago Correia, que tem bom trânsito com o mercado, não deve ser reconduzido. Segundo fontes, a indicação para esta vaga está sendo influenciada pelo senador Edison Lobão (MDB-MA). E o MDB de Roraima estaria ainda articulando indicação para uma outra vaga na agência.
"A percepção do mercado é que o MDB está novamente loteando cargos para terminar o mandato", disse uma fonte que pediu para não ser identificada. O Valor apurou que, no caso da Aneel, a percepção de muitos integrantes do setor é a de que os nomes representam notícia preocupante, especialmente porque os mandatos são de quatro anos.
Completariam a diretoria os nomes já divulgados - Rodrigo Limp Nascimento, indicado ano passado para o lugar do ex-diretor José Jurhosa, e Sandoval Feitosa Neto, que atualmente responde pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade e deve ocupar o lugar do ex-diretor Reive Barros.
Atualmente, a Aneel conta apenas com os diretores Rufino, Pepitone e Correia, o que aumenta a urgência das indicações. A reunião ordinária de hoje, por exemplo, foi cancelada por ausência de quórum mínimo para deliberação, pois são necessários no mínimo três votos para que as decisões sejam tomadas.