Correio braziliense, n. 20365, 22/02/2019. Política, p. 7

 

Investigação fica no Rio

22/02/2019

 

 

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidiu manter na Justiça Federal do Rio de Janeiro a investigação sobre suposta prática de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por parte do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). De acordo com Dodge, os fatos imputados ao parlamentar ocorreram antes de ele ser diplomado para o Congresso e não têm relação com o exercício do cargo, por isso, não se enquadram nas regras do foro privilegiado.

A Polícia Federal apontou aumento de patrimônio incompatível com as atividades desenvolvidas por Flávio. A suspeita é de que ele lavou dinheiro por meio da venda de imóveis e mentiu em declarações realizadas à Justiça Eleitoral. O parlamentar alega que está sendo alvo de uma campanha difamatória promovida por um advogado ligado ao PT “com o único intuito de provocar desgaste político aos adversários”.

O caso estava com Raquel Dodge desde o dia 6 deste mês. Ela teve de avaliar se enviava as investigações ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou se as mantinha no Rio de Janeiro. A defesa do senador alegou que as acusações se referem ao mandato e que tiveram início após ele ter sido eleito, o que daria direito ao julgamento na Suprema Corte.

Além da investigação criminal, Flávio é alvo de uma ação aberta na Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. As diligências não estão relacionadas a Fabrício Queiroz, ex-assessor dele, citado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por ter realizado movimentações consideradas suspeitas. (RS)