Título: Parceria com a Justiça
Autor: Leite, Larissa ; Castro, Grasielle
Fonte: Correio Braziliense, 29/08/2012, Brasil, p. 9

A corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, defendeu ontem, durante debate sobre a judicialização da saúde organizado pela Academia de Medicina de Brasília, a criação de um grupo técnico formado por médicos e profissionais de saúde capazes de ajudar os magistrados a avaliarem as ações relativas à saúde. Dados da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) indicam que em 2010 tramitavam mais de 222 mil processos relativos ao setor nos âmbitos estaduais e federal. Para Calmon, em alguns casos ocorre abuso da população. "Muitas pessoas que não precisam de tal remédio ou procedimento estão recorrendo e acabam conseguindo. Isso ocorre porque um juiz não vai ser contra a Constituição, que garante o direito à saúde, que é um direito à vida."

Para ela, tais encaminhamentos poderiam ser evitados. "Existem medicamentos que têm indicação por semelhante no Sistema Único de Saúde, mas, quando o advogado faz a petição, ele exige um tipo específico. Por isso, temos de ouvir pessoas que entendem de medicina. Com esse aval, o magistrado poderá se sentir à vontade para decidir", justifica.

A proposta também foi defendida pelo presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, Cid Carvalhaes. A chefe da judicialização da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Lucimar Coser, destacou que a quantidade de demandas judiciais tem aumentado — só no DF tramitam mais de 500 petições. Calmon, entretanto, lamenta a demora para a ideia sair do papel. "Estamos trabalhando em um esforço para essa aproximação, mas a longo prazo só vejo uma solução, dada pela cidadania, a revolução pelo voto", afirmou. A criação desse grupo já foi sugerida pelo CNJ em 2009. (GC)

Proibição de brindes com sanduíches Foi aprovado ontem na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado projeto que proíbe lanchonetes de venderem alimentos fast-food com brindes, brinquedos ou objetos infantis. Para o autor da proposta, senador Eduardo Amorim (PSC-SE), a estratégia pode incentivar hábitos alimentares prejudiciais à saúde dos consumidores. A proposta passará ainda pelas comissões de Assuntos Econômicos e Assuntos Sociais. Em seguida, precisa ser aprovada pelas comissões da Câmara dos Deputados, sem passar pelo plenário.