Título: Receita e BC dizem não
Autor: Batista, Vera ; Oliveira, Priscilla
Fonte: Correio Braziliense, 29/08/2012, Economia, p. 10

Apesar da grande expectativa do governo de que a elite do funcionalismo público aceitasse a proposta de aumento de 15,8% em três anos, não houve acordo. Os defensores públicos, os advogados da União e os funcionários da Receita Federal e do Banco Central informaram ontem que recusaram a oferta e manterão a pressão sobre o Palácio do Planalto por uma correção salarial maior.

Por meio de um manifesto público, os defensores e os advogados informaram que os 15,8% são incompatíveis com as demandas da categoria. "A imposição dessa única e exclusiva proposta, depois de três anos de negociação salarial, é inadequada por nem sequer repor as perdas inflacionárias, em descumprimento ao artigo 37, inciso X, da Constituição, que impõe ao Estado que realize, anualmente, a revisão geral da remuneração de todos os servidores públicos", destacaram. Eles asseguraram ainda que a oferta do Planalto não contempla outros pleitos das carreiras, "que envolvem prerrogativas intrínsecas às suas atividades, falta de quadros e de carreira de apoio e deficientes condições de trabalho".

Segundo Antônio Maranhão, presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos do BC, a categoria definirá um calendário de manifestações. Os trabalhadores estão dispostos a abrir mão de uma melhoria salarial neste ano em troca de mais espaço para negociar em 2013. "A proposta do governo é insuficiente e coloca uma mordaça no funcionalismo. Ficaríamos três anos sem poder negociar", argumentou. "Não temos medo. Faremos greve se necessário", garantiu.