Título: Acusações afastadas
Autor: Campos, Ana Maria ; Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 31/08/2012, Política, p. 3

O Banco Rural apresentou dados que afastariam as acusações da Procuradoria Geral da República de gestão fraudulenta de instituição financeira. Segundo nota, foram concedidos às empresas do empresário Marcos Valério três empréstimos, um deles no valor de R$ 19 milhões, em maio de 2003; outro de R$ 10 milhões, em setembro de 2003; e um de R$ 3 milhões ao PT, em maio de 2003. A documentação de concessão dos valores foi periciada pela Polícia Federal, atendendo determinação do relator Joaquim Barbosa, que os considerou verdadeiros, de acordo com o laudo financeiro nº 1.869/2009. A instituição financeira explica que, a partir da revelação do escândalo do mensalão, as empresas de Marcos Valério tiveram seus contratos rompidos, paralisaram suas atividades e ficaram inadimplentes.

Diante desse quadro, o Banco Rural executou judicialmente as dívidas. Em 30 de setembro de 2005, a instituição conseguiu recuperar parte do crédito da Graffiti, no valor de R$ 1.205.841,39. Em todos os casos, houve o reconhecimento judicial da legitimidade dos empréstimos e dos termos das cobranças judiciais, além de bloqueio e tomada de bens. A nota ressalta ainda que todos os empréstimos foram devidamente registrados no Banco Central. Em relação à classificação de risco dos créditos, no fim de 2004, o Rural foi fiscalizado pelo BC e nenhum procedimento administrativo foi instaurado referente a esse assunto. Os questionamentos somente surgiram em maio de 2005, quando o BC impôs a reclassificação das operações de crédito da SMP&B e da Graffiti, por estarem elas diretamente relacionadas aos eventos da crise política e terem ficado inadimplentes.