Título: Dilma grava com Haddad
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Correio Braziliense, 06/09/2012, Política, p. 8

Presidente participa de programa eleitoral do petista na tentativa de alavancar a campanha. Belo Horizonte e Manaus também estão na agenda de visitas

Animada com a subida do candidato do PT, Fernando Haddad, nas pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff desembarcou ontem na capital paulista para gravar a participação no programa eleitoral do postulante. As gravações foram feitas após o almoço da presidente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de São Paulo, Dilma pretende, como adiantou o Correio ontem, viajar a Belo Horizonte e Manaus, para ajudar pessoalmente nas candidaturas de Patrus Ananias e da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB).

A exemplo da capital mineira, Dilma também agiu diretamente na construção da candidatura de Vanessa. A senadora comunista é a única candidata dos partidos da base aliada. A presidente negociou com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) e o governador Omar Aziz (PSD), para que todas as forças se unissem na tentativa de derrotar o candidato do PSDB, Arthur Virgílio Neto. "A presidente nos assegurou que viajará a Manaus para participar da campanha. Só não falou quando", declarou ao Correio o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.

Teto Em São Paulo, os petistas estão confiantes após o novo resultado do Datafolha, mostrando o crescimento de Haddad de 14% para 16%. O candidato do PRB, Celso Russomanno, disparou com 35% e o tucano José Serra está com 21%. Os petistas trabalham com um teto para Haddad atingir até o fim do horário eleitoral gratuito: 30%, percentual médio do PT nas disputas municipais. A presença mais constante de Lula, além das gravações da presidente Dilma e a entrada para valer da senadora Marta Suplicy na campanha são outras razões para manter o otimismo dos petistas.

Ultrapassar Serra nas pesquisas não é o maior problema para os aliados de Haddad. Eles estão preocupados, de fato, com o crescimento contínuo da candidatura de Russomanno. Depois de encostar em Serra, ele empatou, abriu vantagem e segue bem avaliado entre os eleitores. Integrantes da campanha de Haddad estimam que 30% do eleitorado petista ainda está votando no adversário. A explicação é que o candidato do PT ainda não é totalmente conhecido.

Além disso, a aliança entre PT e PCdoB deu poucos resultados. Os comunistas retiraram a candidatura de Netinho de Paula — nome forte especialmente na periferia paulistana — mas os votos migraram, quase na sua totalidade, para o candidato do PRB. Os petistas cobraram uma participação mais efetiva de Netinho — que a exemplo de Marta, também ficou contrariado com sua legenda — para mostrar que ele apoia Haddad de fato.

16% Percentual de intenção de voto para Haddad