Lemos foi o coordenador da campanha do presidente Jair Bolsonaro no Nordeste. Netto afirmou à revista Época, que denunciará o deputado do PSL ao Conselho de Ética da Casa, que pode recomendar a cassação do seu mandato parlamentar.

— Se a moda de agressão no plenário pega, estamos perdidos — declarou o parlamentar à revista.

Decoro parlamentar

Para que a representação seja analisada diretamente pelo Conselho de Ética, o partido de Expedito, o PSD, precisa assinar o documento. Caso faça a representação como deputado, o pedido é antes analisado pela Mesa Diretora da Câmara, que então decide ou não se envia o caso ao Conselho de Ética.

O Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados afirma que são “deveres fundamentais do deputado”, entre outros pontos, “tratar com respeito e independência os colegas”. O regimento também reforça que “atenta contra o decoro parlamentar” condutas como “praticar ofensas físicas ou morais nas dependências da Câmara”.

Procurado pelo GLOBO, Julian Lemos não retornou. Na ficha de Lemos, há três processos por violência doméstica entre os anos de 2013 e 2016. Duas acusações contra o deputado foram arquivadas posteriormente a pedido da ex-mulher. Um terceiro processo ainda está em aberto.

Sessão tumultuada

Na sessão de anteontem, Edmilson Rodrigues também trocou farpas com a deputada Geovania de Sá (PSDBSC), que presidia os trabalhos. O deputado do PSOL reclamou, aos gritos, da condução da sessão pela parlamentar, que respondeu dizendo que levaria o caso ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

—Respeito a essa presidência! Me respeitem. Não é porque eu sou mulher que vocês vão falar o que querem. Deu. Deputado, com todo o respeito. Você me chamou de fraca. E isso eu levarei, sim, para frente, para o presidente desta Casa —disse Geovania