Título: Isenção às PLRs
Autor: Oliveira, Priscila; Franco, Pedro Rocha
Fonte: Correio Braziliense, 04/09/2012, Economia, p. 10

Em plena crise de relacionamento com o governo federal, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai colocar o bloco na rua amanhã no dia nacional de mobilização para cobrar ações do Executivo e do Congresso. Diversos assuntos estarão na pauta em passeatas a serem realizadas em todas as capitais de estados e Brasília: assinatura de um acordo coletivo para regulamentação do direito de greve; fim do fator previdenciário; destinação de 10% do PIB para educação até 2020; implantação da jornada de 40 horas sem redução de salário; o fim das terceirizações nas relações trabalhistas e a extinção da cobrança do Imposto de Renda no pagamento das Participações nos Lucros (PLRs).

A segunda-feira foi tomada por reuniões na sede da CUT, em São Paulo, para dar o formato final ao movimento. Na Esplanada dos Ministérios haverá um evento específico com educadores de todo o país para reivindicar os 10% do PIB para a Educação. O projeto foi aprovado em uma comissão especial na Câmara e, por ser terminativo, segue diretamente para o Senado.

O governo tenta recolher assinaturas para que a matéria seja apreciada pelo plenário da Câmara. Mesmo que perca a votação, o Planalto considera que poderá "desidratar" a proposta e promover as mudanças que pretende no Senado. A ideia do Ministério da Educação é chegar a 7,5% do PIB, que equivale a R$ 125 bilhões. O ministro Aloizio Mercadante já avisou que, para se atingir os 10%, é preciso encontrar uma forma de financiamento. E sugeriu a utilização dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal.

Educação Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o aumento dos recursos para educação é a principal pauta das marchas que serão realizadas amanhã. "Mas temos uma lista de prioridades para serem destravadas tanto no Executivo quanto no Legislativo", afirmou ele ao Correio. Os sindicalistas pretendem entregar as propostas da Central aos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS); do Senado, José Sarney (PMDB-AP); aos líderes partidários das duas Casas e a algum representante do Poder Executivo.

Vagner admite que os recentes contatos entre o governo federal e as centrais sindicais não foram muito bons. "A relação está tensa por causa das divergências quanto à greve do funcionalismo. Mas teríamos essa pauta de propostas independentemente do bom ou do mau relacionamento com o Palácio do Planalto", garantiu o presidente da CUT. "Nossas reivindicações não são uma queda de braço com o governo, são os pleitos ligados aos direitos dos trabalhadores", completou.