Valor econômico, v.19, n.4584, 07/09/2018. Brasil, p. A4

 

Temer volta a pedir cooperação do setor privado para reerguer Museu Nacional

Carla Araújo

Andrea Jubé

07/09/2018

 

 

Em uma reunião com empresários e presidentes de bancos para angariar recursos e auxílios para a restauração do Museu Nacional, o presidente Michel Temer reconheceu que o incêndio que destruiu o prédio bicentenário e boa parte de seu acervo foi uma "tragédia para a história brasileira, naturalmente para o Rio de Janeiro, e para a museologia em geral".

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse que uma medida provisória relativa à criação de um fundo patrimonial para a gestão de museus está em elaboração e adiantou que o governo estuda ampliar a Lei Rouanet para doações de pessoas físicas.

Temer pediu aos empresários e banqueiros ajuda para a constituição de fundo para angariar recursos para o museu. A ideia de editar uma medida provisória para a criação da lei de fundos patrimoniais surgiu ontem na primeira reunião do presidente com os ministros da Cultura e da Educação. Também ontem foi anunciado a criação de um comitê gestor para cuidar do processo de recuperação do Museu Nacional.

O texto da MP ainda não está definido, mas, segundo Caffarelli "a ideia é que se constitua dentro de um critério jurídico um fundo que seja possível ter sistema de curadoria, para que a gente possa ter representantes públicos e privados". Outra preocupação é com o acompanhamento da efetiva implementação destes recursos na cultura nacional.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, disse que houve na reunião com Temer um consenso de que é preciso buscar uma nova forma de governança, mas que o modelo não foi definido. Segundo Portugal, vai se tratar de um "fundo privado de natureza privada". Ele lembrou que havia um crédito reservado ao Museu Nacional, via BNDES, mas que esse dinheiro não chegou a tempo.