Título: Projetos no papel
Autor: Bancillon, Deco
Fonte: Correio Braziliense, 12/09/2012, Economia, p. 11

A queda no custo da energia elétrica poderá levar empresas a tirarem do papel investimentos bilionários que estavam represados por conta do alto preço do insumo no Brasil. A avaliação é do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que disse existir entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões em projetos "que foram adiados ou que estavam esperando o resultado dessas medidas".

Coutinho disse esperar que o pacote lançado ontem seja o ponto de partida para que essas empresas desengavetem os planos de investimentos. "Eu acredito que a gente possa reverter isso (o represamento), mas é obvio que depende também de mercado, de confiança, de vários fatores (econômicos)", falou.

Para Coutinho, ao passo em que a economia brasileira começa a dar sinais de recuperação, haverá mais condições para que o investimento seja restabelecido. Nesse sentido, disse, a redução das tarifas de energia terá impacto relevante na Formação Bruta de Capital Fixo – termo que indica o percentual de investimentos produtivos na economia.

Novo fôlego Hoje, a principal reclamação do empresariado é pelo fato de o Brasil ser um país caro para produzir. A redução dos custos energéticos, que em alguns casos representam até mais de 30% nas planilhas de gastos de uma indústria, deverá dar novo fôlego a essas empresas.

Para Coutinho, esse movimento resultará em um aumento da competitividade de indústrias com consumo intensivo de energia, como as de siderurgia, mecânica, bens de capital, química e petroquímica. O presidente do BNDES disse esperar que o setor privado também faça a sua parte, aumentando investimentos e contratando trabalhadores. "Isso (aumento da competitividade) terá, certamente, de ser complementado com outras iniciativas das próprias empresas", disse. (DB)