Amanhã, pela manhã, Bolsonaro vai pisar pela primeira vez em seu mandato no Nordeste. O presidente desembarcará em Recife, Pernambuco, para participar de uma reunião com os nove governadores da região no Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A ideia é aprovar o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), que vai estabelecer metas econômicas para os estados. De lá, Bolsonaro irá a Petrolina inaugurar um empreendimento do programa “Minha Casa, Minha Vida", criado no fim do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O aceno ao Nordeste ocorre após governadores da região assinarem uma carta aberta contra o decreto de armas editado pelo presidente. Além disso, segundo a última pesquisa do Ibope sobre a avaliação do governo, divulgada no fim de abril, 40% dos nordestinos avaliam a gestão de Bolsonaro como “ruim” ou “péssima”. O índice é quase o dobro do registrado no restante do país.

Série de viagens

Há quase um mês, Bolsonaro havia encomendado a seus ministros em uma reunião que cada pasta apresentasse realizações para os estados nordestinos, governados por políticos da oposição. Ele já planejava uma série de viagens pela região, mas, segundo assessores do Palácio, não queria “chegar de mãos abanando”.

Segundo o coordenador da bancada nordestina, deputado Júlio César (PSDPI), o presidente ouviu ontem pleitos de fortalecimento de órgãos regionais como a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e o Banco do Nordeste até a conclusão das obras da transposição do Rio São Francisco.

—É muito bom ouvir os senhores e as senhoras, que sabem onde o calo aperta com mais particularidade em cada Estado — afirmou Bolsonaro, que comentou ainda a escolha de um pernambucano para presidir a Embratur, o recém-nomeado Gilson Machado.

O presidente aproveitou para dizer que o turismo é “a maneira mais fácil e rápida” para alavancar a economia do Nordeste. Bolsonaro citou propostas de Machado de afundar navios na costa de Pernambuco, como foco na região do Recife. Segundo Bolsonaro, o custo disso é “quase zero” e a iniciativa pode ser destravada pela atuação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que trabalha para “vencer as etapas” das licenças ambientais.