Título: Sob o olhar da presidente
Autor: Paganini, Arthur; Hassel, Rosaona
Fonte: Correio Braziliense, 08/09/2012, Cidades, p. 22

Dilma Rousseff assistiu de perto à parada cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, acompanhada da filha, do neto e de autoridades. O governador do DF, Agnelo Queiroz, ficou ao lado da chefe do Executivo na tribuna oficial

O desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência, realizado na manhã de ontem, na Esplanada dos Ministérios, foi acompanhado de perto pela presidente da República, Dilma Rousseff, e pelos convidados que assistiram à parada do palco reservado a autoridades, como o governador Agnelo Queiroz (PT). Na tribuna de honra montada entre os ministérios do Turismo e da Defesa, cerca de mil pessoas sentiram pouco do sol forte e do clima seco que incomodaram a maioria das 35 mil pessoas presentes aos festejos. Um providencial vaporizador de água funcionou todo o tempo, e um farto bufê com bebidas refrigeradas, frutas, empadinhas de frango e biscoitos de queijo estava à disposição para quem — do lado de dentro — quisesse se servir.

A segurança em torno da tribuna oficial estava reforçada. Policiais militares, soldados do Exército e a Guarda Presidencial só permitiram o trânsito livre a pessoas credenciadas. A área de isolamento em frente ao palanque do qual Dilma assistiu ao desfile também impressionou. Todo o canteiro central da Esplanada estava cercado por grades e vigiado pela equipe de segurança do evento. Em anos anteriores, o isolamento alcançava apenas parte do canteiro.

A estratégia para evitar eventuais surpresas a quem assistia à parada da tribuna permitiu a Dilma e seus convidados acompanhar o desfile sem sustos. Pontualmente às 9h, ela desembarcou do Rolls-Royce presidencial, após transitar pela via ministerial em carro aberto e distribuir acenos ao público. O governador Agnelo Queiroz e o ministro da Defesa, Celso Amorim, receberam a presidente e a acompanharam até o palanque.

Nem todos os membros do primeiro escalão do governo estavam presentes. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, principal integrante da equipe econômica de Dilma, foi uma das ausências sentidas. Na primeira fileira, ao centro, ficou Dilma. À direita da presidente estavam Agnelo Queiroz; o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota; o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS); e o ministro da Defesa. O lado esquerdo de Dilma foi reservado a familiares. Ela estava acompanhada da filha, Paula Araújo; do neto, Gabriel; do genro, Rafael Covolo; além da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman.

Também compareceram à tribuna o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Saúde, Alexandre Padilha; das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; de Comunicação, Paulo Bernardo; de Minas e Energia, Edison Lobão; de Relações Institucionais, Ideli Salvatti; da Cultura, Ana de Hollanda; o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto; o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Felix Fischer; e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Pronunciamento

Durante a solenidade, Agnelo teve oportunidade de conversar com Dilma. O governador do DF elogiou o pronunciamento que a presidente fez na véspera do Sete de Setembro sobre medidas para tirar a economia da estagnação. Ela anunciou um pacote de desonerações da conta de energia que provocará uma redução média de 16,2% para as residências e de até 28% para a indústria, a partir de 2013. "São medidas importantes para tornar o nosso país mais competitivo, para que possamos trazer mais investimentos. O governo federal tem tomado iniciativas inteligentes com o objetivo de crescer mais, para evitar demissões e fugir dos tradicionais remédios adotados no passado para sair da crise", disse Agnelo ao Correio. "Não tenho dúvidas de que este é o caminho", acrescentou.

O governador do DF preferiu não viajar no feriado para acompanhar o desfile cívico. Neste ano, a parada militar foi mais curta. Durou menos de duas horas e agradou Agnelo. "Fiz questão de estar ali. Considero muito significativa essa data justamente pela importância de comemorar a independência de um país soberano, que oferece oportunidades e esperanças", comentou Agnelo. E completou: "Talvez os mais jovens não tenham noção da dimensão dessa data, do que significa comemorar a independência com liberdade e democracia".

Eu fui...

"Eu sou militar e já desfilei diversas vezes, mas confesso que nunca havia participado do evento como espectador. É muito diferente e emocionante. As pessoas aplaudem e demonstram que têm orgulho das Forças Armadas do Brasil. Vi famílias inteiras assistindo ao desfile e fiquei emocionado com o envolvimento das pessoas. O desfile é muito bem organizado e me surpreendi com o trabalho dos policiais militares e dos bombeiros."