O globo, n. 31326, 14/05/2019. País, p. 5

 

Viagem de Maia atrasa reação ao decreto das armas

Bruno Góes

Natália Portinari

14/05/2019

 

 

Com a viagem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aos Estados Unidos, onde ficará até amanhã, a negociação para levar ao plenário um projeto que susta o decreto de armas, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, deve esfriar. O substituto de Maia no comando da Casa, Marcos Pereira (PRB-SP), disse a aliados que não vai pautar iniciativa neste sentido, já que o presidente da Câmara articula uma solução para o caso com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Marcos Pereira, assim como deputados da oposição, líderes do centrão e evangélicos consideram que o texto contém trechos polêmicos e atropela a legislação vigente. Estudos técnicos da Câmara e do Senado apontaram irregularidades no decreto.

Defesa em vídeo

O presidente avalia fazer uma defesa do decreto das armas em vídeo, a ser veiculado nas redes sociais hoje. Na Câmara, 15 projetos foram apresentados para sustar parcial ou integralmente o decreto. Um deles é do deputado Ricardo Izar (PP-SP), que já conversa com parlamentares evangélicos. Hoje, Izar terá um encontro com o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).

— Amanhã vamos ter uma reunião. Ainda temos que discutir se vamos alterar algo no meu projeto, mas estamos conversando —disse Izar.

Na semana passada, Sóstenes disse ao GLOBO que conversava com parlamentares evangélicos para que o decreto seja derrubado pela Câmara. A preferência dos parlamentares é apoiar uma proposta que não seja de autoria de partidos de esquerda. Dos que estão em tramitação, apenas o projeto de Izar é de um parlamentar de centro, integrante do PP.