Título: Investigação no Congresso
Autor: Caitano, Adriana; Kleber, Leandro; Valadares, João
Fonte: Correio Braziliense, 17/09/2012, Política, p. 2

A CPI do Cachoeira foi instalada no Congresso Nacional no fim de abril com o objetivo de investigar as práticas criminosas lideradas por Carlinhos Cachoeira. As atividades ilícitas do bicheiro foram descobertas nas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal (PF). Quase 400 deputados e 72 senadores, com o aval do PT e do ex-presidente Lula, assinaram o pedido de abertura da CPI.

Uma das missões dos parlamentares era averiguar como a organização criminosa conseguiu se infiltrar em estruturas estatais e quais os agentes públicos e privados que colaboravam com o esquema. O então senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) acabou perdendo o partido e foi cassado pelos colegas do Senado devido ao envolvimento com o bicheiro.

Mas a CPI, controlada pelo PT, que mantém os cargos de vice-presidente e relator, e o PMDB, integrante da presidência, pouco avançou e acabou esvaziada. A lentidão em colher depoimentos de pessoas consideradas crucias no esquema gerou muitas críticas por parte da oposição.

Na primeira etapa, foram ouvidos delegados da PF e procuradores da República responsáveis pelas operações Vegas e Monte Carlo. Na sequência, foi a vez da defesa dos acusados, com os depoimentos de Carlinhos Cachoeira, que exerceu o direito de ficar calado conquistado na Justiça, e os demais membros do grupo — muitos deles também não falaram.

Atualmente, os trabalhos estão suspensos devido às eleições municipais. Depois desse período, o relator da CPI terá de concluir a elaboração do relatório final. O prazo para conclusão dos trabalhos é 4 de novembro.