Título: Universidades voltam às aulas
Autor: D'Angelo, Ana; Oliveira, Priscilla
Fonte: Correio Braziliense, 17/09/2012, Economia, p. 7

Depois de quatro meses de paralisação, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) decidiu colocar um fim à greve mais longa da história das universidades brasileiras. Em nota divulgada ontem, a entidade informou que a greve nacional, iniciada em maio, deve ser encerrada esta semana.

Segundo o sindicato, a suspensão da greve foi aprovada "após criteriosa avaliação do quadro das assembleias gerais" e será recomendada às instituições de hoje a sexta-feira. "Foram estabelecidas várias ações para a continuidade da mobilização da categoria no enfrentamento dos ataques à educação pública federal, que estão materializados no (Projeto de Lei) PL 4368/12", diz a nota.

A greve foi deflagrada em 17 de maio e chegou a contar com a adesão de 57 das 59 universidades federais do país. Até a semana passada o movimento ainda mantinha com a participação de 13 instituições, segundo o Ministério da Educação (MEC). As universidades que continuam paradas seguirão, agora, a decisão do sindicato nacional.

Com o fim da greve, cada universidade tem autonomia para montar o seu novo calendário. O MEC exige a reposição completa do período em greve, o que significa que as aulas que eram previstas para este ano devem invadir 2013. O movimento começou quando os alunos cursavam a metade do primeiro semestre. Este ainda terá de ser concluído para dar sequência ao próximo. Nos casos mais extremos — das instituições de ensino que ficaram mais tempo paradas —, o calendário letivo de 2012 só terminará em março ou abril do próximo ano.

Inicialmente forte e coesa, a greve dos professores das universidades federais começou a perder força depois que o governo assinou acordo com outra entidade sindical no início de agosto, e pôs fim às negociações sobre carreira e salários. Das 59 instituições federais de educação superior, apenas duas não aderiram às paralisações. Na Universidade do Rio Grande do Norte e de Itajubá, o segundo semestre letivo já começou e as aulas se encerarão no final do ano, como era previsto antes do movimento.