Valor econômico, v.19 , n. 4666 , 11/01/2019. [Caderno/Coluna], p. A10

 

Maduro assume e Paraguai rompe com a Venezuela

11/01/2019

 

 

 

 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse ontem para um segundo mandato contestado, sob maior pressão internacional e mais isolado regionalmente. Enquanto Maduro discursava no Tribunal Superior de Justiça, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou resolução que desconhece sua legitimidade no cargo. O Paraguai anunciou rompimento de relações diplomáticas com a Venezuela.

Em comunicado, a OEA afirmou que decidiu "não reconhecer a legitimidade do novo mandato" de Maduro. A resolução teve 19 votos a favor e seis contrários. Oito países se abstiveram, como o México. O texto pede que os 34 Estados-membro adotem "medidas diplomáticas, políticas, econômicas e financeiras" para "restauração da ordem democrática" no país.

A Venezuela, que em abril de 2017 deu início a um processo de dois anos para deixar a OEA, classificou a decisão de "ato hostil".

O Paraguai anunciou rompimento das relações diplomáticas e a retirada de seus diplomatas de Caracas. O Peru chamou de volta a encarregada de negócios. Anteontem, o presidente do Equador, Lenín Moreno, havia anunciado a retirada de seu embaixador.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, disse que "os EUA continuarão a ampliar pressão sobre o regime corrupto e a apoiar a Assembleia Nacional", de maioria opositora.

Maduro se disse vítima de plano internacional para desestabilizá-lo, do qual participa o Brasil. Chamou o presidente Jair Bolsonaro de "fascista" e disse que foi contaminado pela direita venezuelana.