O globo, n. 31319, 07/05/2019. País, p. 6

 

Disputa pela PGR tem dois inscritos no primeiro dia

Jailton de Carvalho

07/05/2019

 

 

Fortes candidatos à lista tríplice, os subprocuradores Luiza Frischeisen e Mário Bonsaglia oficializaram suas candidaturas

No primeiro dia de inscrição, dois subprocuradores registraram ontem suas candidaturas ao cargo de procurador-geral da República, na sede da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A primeira a se inscrever foi a subprocuradora Luiza Frischeisen. Momentos depois foi a vez do subprocurador Mário Bonsaglia. Os dois são fortes candidatos a integrar a lista tríplice.

O futuro chefe do Ministério Público Federal deverá enfrentar questões polêmicas, como corte de verbas de universidades federais, o projeto Escola Sem Partido, afrouxamento de medidas de proteção ambiental e violência policial.

O prazo de inscrição se encerra no próximo dia 15. A expectativa é que este ano mais de dez candidatos concorram direta ou indiretamente ao cargo. Até o momento, já se declaram candidatos os procuradores regionais Vladimir Aras, Lauro Cardoso, Blal Dalloul e Robalinho Cavalcante. O subprocurador Nívio de Freitas também demonstrou nas redes internas interesse em concorrer.

Outros procuradores estão no páreo, mas não têm interesse em participar das eleições internas. O primeiro a se declarar candidato fora da lista foi o subprocurador-geral Augusto Aras. O subprocurador entende que a lista amarra o procurador-geral a interesses corporativos. Outros nomes, embora não se declarem candidatos, são considerados concorrentes de peso. Um deles é o subprocurador Bonifácio Andrada.

Dodge: movimentação

A procuradora-geral, Raquel Dodge, tem se movimentado em busca da recondução do cargo, mas não está claro se concorrerá à lista tríplice. Ao longo de dois anos de mandato, Dodge perdeu apoio interno. Observadores da disputa consideram que não teria votos para ficar entre os três primeiros colocados.

O procurador regional Guilherme Schelb e o procurador Ailton Benedito são tidos como prováveis candidatos, mas como concorrentes avulsos. Os dois não têm apoio expressivo no Ministério Público, mas contam com respaldo de militantes da extrema direita afinados com a agenda de costumes do governo Bolsonaro.