Título: OCDE vê reação
Autor: Mainenti , Mariana
Fonte: Correio Braziliense, 14/09/2012, Economia, p. 10
O Brasil e o Reino Unido são os únicos países entre as maiores economias do mundo dos quais se pode esperar uma aceleração nos próximos meses. A avaliação foi feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao divulgar ontem o índice de antecedentes de atividade econômica. No geral, houve queda de 100,3 em junho para 100,2 em julho.
De um mês para o outro, o Reino Unido registrou melhora de 99,9 para 100,0 e o Brasil, de 99,2 para 99,4. Entre as demais economias desenvolvidas, o pior desempenho foi o da Zona do Euro, onde o índice recuou de 99,5 para 99,4. Os EUA desaceleraram de 100,9 para 100,8 e o Japão de 100,5 para 100,4. Os índices das emergentes China e índia permaneceram estáveis em 99,1 e 98,1, respectivamente, e o da Rússia caiu de 99,6 para 99,1. O Produto Interno Bruto (PIB) dos países que integram o G20 reduziu-se no segundo trimestre o ritmo de crescimento, de 0,7% registrado nos primeiros três meses do ano para 0,6%.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) concorda com a avaliação realizada pela OCDE. "O Reino Unido terá maior aceleração porque está saindo de uma recessão. Õ Brasil desacelerou nos últimos meses, mas espera-se um crescimento maior em 2013", afirmou o diretor da Divisão de Comércio Internacional da Cepal, Osvaldo Rosales, em entrevista a jornalistas no México. "Enquanto para outros países todas as projeções são pessimistas, do Brasil espera-se um crescimento de 4% em 2013. O país deve ter um primeiro semestre do ano que vem bem favorável", acrescentou o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi.
Apesar da expectativa positiva para a economia brasileira em 2013, a Cepal estima que as exportações brasileiras caiam 0,5% neste ano. Já as importações terão queda de 0,1%. As projeções constam do documento Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2011/2012, divulgado ontem pelas Nações Unidas.
O cenário destoa do observado em 2011, quando o Brasil exportou 26,8% a mais e importou 24,5% a mais. "De janeiro a agosto de 2012, os produtos básicos sofreram queda nas exportações ainda maior do que a de manufaturados. O grande vilão foi o minério de ferro, cujas vendas caíram muito por conta da desaceleração da China", avaliou Mussi. Pelos cálculos da Cepal, o valor das exportações da América Latina e do Caribe terá crescimento de 4% em 2012, e as importações aumentarão 3%.