Valor econômico, v. 19 , n.4678 , 29/01/2019. Política, p. A9

 

PGR denuncia Lúcio Vieira Lima por suposto suborno recebido em 2013

Luísa Martins

 

 

 

29/01/2019

 

 

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ontem o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), em fim de mandato, por corrupção passiva, acusado de ter recebido R$ 1,5 milhão em propina da Odebrecht. Executivos da empreiteira também são alvos da acusação, mas por corrupção ativa. O inquérito tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Lava-Jato.

Lúcio é irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, já denunciado por manter um "bunker" de R$ 51 milhões de dinheiro ilícito em um apartamento em Salvador. Como o parlamentar não foi reeleito e perderá o direito ao foro privilegiado, a PGR pede que a investigação seja enviada à primeira instância do Distrito Federal.

O recebimento da propina teria ocorrido em 2013, como contrapartida para que Lúcio atuasse em favor da Odebrecht no Congresso Nacional. Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o deputado contribuiu para aprovar a medida provisória (MP) que prevê desoneração fiscal para a aquisição de matérias-primas. Ele foi o relator da comissão mista que converteu a MP em lei.

Os ex-dirigentes da empreiteira Marcelo Odebrecht, Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho e Carlos José de Souza Filho foram acusados de corrupção passiva pelo pagamento de vantagens indevidas a membros do Executivo e do Congresso. Como eles colaboraram com a Justiça, Dodge observou que "deverão ser observados os termos de seu acordo de colaboração premiada".