Correio braziliense, n. 20447, 15/05/2019. Política, p. 3

 

Primo de Flávio tem sigilo quebrado

15/05/2019

 

 

A quebra do sigilo bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se estendeu a Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo do parlamentar e dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Ele está entre os ex-funcionários do gabinete de Flávio que terão as contas bancárias investigadas por autorização do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Os dois trabalharam juntos entre novembro de 2006 e janeiro de 2012, quando o agora senador era deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Atualmente, Léo Índio é assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR).

Flávio mantém o discurso de que a queda de sigilo é uma manobra para “esquentar informações ilícitas” que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) “já possui há vários meses”. Ele afirmou que a “verdade prevalecerá. “Nada fiz de errado”, ressaltou.

Quem saiu em defesa dele ontem foi o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O articulador político disse que o governo confia no parlamentar. Para ele, a decisão judicial não afeta a imagem da atual gestão. “De jeito nenhum. Primeiro, isso foi no âmbito da Justiça do Rio de Janeiro. Acho que é uma questão que tem de ser resolvida dentro do processo que está em aberto. O governo tem uma agenda que está dada para o Brasil. Temos total tranquilidade, temos confiança no Flávio, e a certeza de que o governo está conduzindo o trabalho”, declarou.

O MP-RJ informou, na segunda-feira, que Flávio estaria direcionando esforços para tentar interromper investigações sobre movimentações financeiras atípicas em seu gabinete quando era deputado estadual no Rio e se recusa a prestar esclarecimentos aos procuradores, embora já tenha sido convidado diversas vezes.

O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, autorizou também a quebra de sigilo bancário de outros familiares de Flávio e do ex-assessor Fabrício Queiroz, além de outras pessoas que trabalharam com o então deputado estadual.