Título: DAS custará mais R$ 368 mi
Autor: Angelo , Ana D
Fonte: Correio Braziliense, 14/09/2012, Economia, p. 15
O custo adicional do reajuste de até 25% dos cerca de 84 mil cargos e funções de chefia de livre nomeação do Executivo, utilizados para acomodar os apadrinhados do Palácio do Planalto e as indicações políticas, será de R$ 368 milhões em três anos. O Ministério do Planejamento justificou ontem que o impacto sobre a folha de pessoal será de 15,8%, a mesma correção oferecida a todas as categorias do serviço público, com exceção dos professores universitários e dos institutos tecnológicos, área de meio ambiente e militares. Isso ocorria porque as funções comissionadas - privativas dos concursados e com valores mais baixos - subirão bem menos, 5,3% de 2013 a 2015, ou 1,74% ao ano.
O percentual maior vai para os cargos de valor mais alto, como os de Direção e Assessora-mento Superior, os DAS 4 a 6, e os de Natureza Especial (NES), direcionados a secretários de ministérios e assessores especiais da Presidência da República Os DAS subirão 16%. já os DAS 1 e DAS 2 terão reajuste de 5,3%. Somente no Banco Central, os três níveis mais elevados de um total de oito funções comissionadas, privativas de servidores de carreira, também terão o índice de 25%.
Defasagem
O Planejamento, comandado por Miriam Belchior, afirmou que esse reajuste máximo vai para aqueles postos que acumulam perda salarial entre 2003 e 2012, de 15,51% a 22,02%. O governo reiterou que, entre 2003 e 2012, todas as categorias tiveram aumentos reais. Levantamento feito pelo Correio, publicado no último dia 26, revela que, mesmo considerando o período em que os salários ficaram congelados entre 1995 e 2000, as remunerações das carreiras subiram além da inflação em quase 18 anos.
Segundo o Planejamento, "os cargos que receberão os menores percentuais, além de não terem perdas desde 2003, são ocupados majoritariamente por servidores de carreira que terão, cumulativamente, os reajustes dados aos das categorias a que pertencem" Nas agências reguladoras, o governo também concederá reajuste maior para os cargos de livre provimento ocupados por especialistas da iniciativa privada e indicados politicamente. Já os privativos dos servidores das carreiras terão apenas os 5,3% em três anos.