O globo, n. 31315, 03/05/2019. Economia, p. 20

 

Senadores tentam convencer STF a liberar exportação de amianto.

Daniel Gullino

03/05/2019

 

 

Senadores se organizam para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da proibição da produção e do uso de qualquer tipo de amianto no Brasil, decidida pela Corte em 2017 por riscos à saúde. Mais de 60 países já fizeram o mesmo. Os parlamentares argumentam que a decisão foi tomada sem base científica e prejudicou a economia. Querem ao menos autorização para a exportação da fibra mineral, que era matéria-prima de telhas, caixas d’água e outros produtos.

No último sábado, uma comitiva, que contou com o Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), visitou a mina de amianto Sama, da empresa Eternit, em Minaçu (GO). Embora o julgamento tenha ocorrido em 2017, a decisão só foi publicada em fevereiro deste ano, quando ami nade 400 empregados foi paralisada.

Para o senador Vanderlan Cardoso (PP-GO), que propôs a viagem, houve um “equívoco” do STF, já que o amianto crisotila, o último a ser proibido, não seria cancerígeno.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, sustenta que todos os tipos de amiantos ãocan cerígenos, podendo provocar câncer de pulmão, laringe e ovário. Para Fernanda Giannasi, audito rafis caldo trabalho aposentada e umadas fundadoras da Associação Brasil eirados Expostos ao Amianto (Abrea), não faz sentido permitira exportação. Significaria expor trabalhadoresbrasileiro se a população de outros países aos riscos.

Em nota, a Eternit afirmou que espera uma diferenciação entre comercialização e exportação do amianto pelo STF ou que a Corte dê um prazo de dez anos para o fechamento da mina. Segundo a empresa, a produção já estava inteiramente direcionada à exportação desde o início do ano.