Título: Metalúrgico do ABC para
Autor: Dinardo, Ana Carolina
Fonte: Correio Braziliense, 19/09/2012, Economia, p. 11

Depois de mais de dois meses de greve na administração pública, o país enfrenta agora paralisações no setor privado e de empresas estatais. Metalúrgicos da região do ABC, em São Paulo, e bancários aderiram ontem ao movimento. Hoje, os funcionários do Correios cruzaram os braços. Os trabalhadores da Petrobras estão em processo de negociação com a estatal.

Ontem, 46 mil metalúrgicos na região do ABC paulista suspenderam as atividades. Os funcionários exigem reajuste de 8%, o que inclui, além da reposição da inflação, aumento real de 2,5%. O efetivo da indústria automotiva, que negociou um acordo salarial válido por dois anos, em 2011, e os metalúrgicos da área de fundição, que já receberam a proposta de 8% das empresas ligadas à categoria, não participam da greve. O movimento abrange trabalhadores de cinco grupos: máquinas e eletrônicos; autopeças, forjaria e parafusos; trefilação e laminação; lâmpadas e material bélico; e estamparia.

Os 46 mil funcionários parados no ABC são apenas uma parcela dos 70 mil trabalhadores da base em campanha salarial. Até o fim da tarde de ontem, 76 das 89 empresas já haviam informado que concederiam os 8% pedidos, à revelia dos grupos patronais a que pertencem.

Carteiros Os seis mil trabalhadores dos Correios no Distrito Federal decidiram em assembleia ontem à noite entrar em greve a partir de hoje. Ainda não se sabe quantos sindicatos decidiram pela paralisação em todo o país. Ontem, apenas os funcionários de Minas Gerais e Pará estavam de braços cruzados. A categoria quer reajuste de 43,7%.