Título: Greve prejudica serviço de Sedex
Autor: Nascimento, Bárbara
Fonte: Correio Braziliense, 20/09/2012, Economia, p. 13

Correios suspendem entregas rápidas em três estados e no DF e anunciam a contratação de temporários para compensar perdas

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) decidiu ontem, primeiro dia de greve dos seus servidores, suspender os serviços de Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje, além do Disque-Coleta. Inicialmente, foram atingidos pela interrupção as unidades federativas do Tocantins, do Distrito Federal e do Paraná e a região metropolitana de São Paulo. A determinação tem como argumento a impossibilidade de cumprir os horários das entregas com o efetivo reduzido. As cartas registradas também não são prioridade.

Como a paralisação envolve carteiros e a equipe de triagem, as agências dos Correios abriram normalmente ontem. Mas a empresa já fala em realocar empregados das áreas administrativas, contratar temporários e fazer mutirões nos fins de semana. Segundo a ECT, até o momento, apenas 9% do efetivo — 10.737 funcionários — cruzaram os braços. Mesmo assim, a companhia conseguiu liminar, concedida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determina a obrigatoriedade de pelo menos 40% dos trabalhadores em atividade, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

Procurada, a assessoria de imprensa da Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Fentect) informou que discorda do número de adesões divulgado pelos Correios, garante que o percentual é maior, mas não sabe precisar quantos funcionários suspenderam as atividades no país. Ontem, representantes da ECT e dos servidores se reuniram para discutir o dissídio coletivo movido pela companhia contra a greve, mas não chegaram a um acordo. Segundo a Fentect, a empresa recusou a proposta sugerida pelo TST, que incluía, além dos 5,2% sobre o vencimento — já aceitos pela estatal —, reajuste de 8,8% sobre os benefícios e R$ 80 de aumento linear para a categoria. Dessa forma, o conflito deve ir a julgamento.

"No prejuízo" Apesar da tranquilidade, os consumidores estão apreensivos com a greve. A última paralisação da categoria, no ano passado, fez com que muitos brasileiros atrasassem o pagamento de contas. Foi o que aconteceu com a dona de casa Tânia Regina, 38 anos. "Paguei muitos juros. Saí no prejuízo. Este ano, vou começar a listar tudo bem antes do vencimento, para não ter problemas de novo", diz. Marta Aur, assessora técnica do Procon, alerta que é importante ficar de olho no vencimento dos débitos, já que o atraso da correspondência não isenta o cliente do pagamento. "Nesse caso, as empresas são obrigadas a oferecer alternativas para a consulta dos valores e divulgá-las amplamente", explica.