Carla Araújo,
Isadora Peron
Edna Simão
22/07/2019
O presidente Jair Bolsonaro continuou neste fim semana alguns embates em declarações públicas. Após questionar os dados do desmatamento da Amazônia divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disse que não conversaria com o diretor do órgão, Ricardo Magnus Osório Galvão. O diretor do Inpe havia declarado em entrevistas ter ficado escandalizado com os questionamentos e que esperava ser chamado por Bolsonaro para explicar os dados.
Segundo o presidente, os ministros Marcos Pontes (Ciências e Tecnologia) ou Ricardo Salles (Meio Ambiente) é que conversarão com o diretor. "O que não queremos é fazer uma propaganda negativa do Brasil. A gente não quer fugir da verdade, mas aqueles dados pareceram muito com os do ano passado, deram um salto. Eu fiquei preocupado com aqueles números, obviamente, mas também fiquei achando que poderiam não estar condizentes com a verdade", disse.
O presidente também tentou em diversas declarações explicar a frase que chamou os governadores do Nordeste de "paraíba" e criticou o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB). Ele disse que não teme manifestações contrárias em sua viagem para Vitória da Conquista (BA), que está agendada para amanhã.
Ao ser questionado se não pensava em se desculpar com nordestinos que possam ter ficado ofendidos, Bolsonaro ironizou: "Ah, meus Deus do céu. Ficaram? Quem ficou ofendido? Quem?". O presidente, que chegou ao Alvorada na tarde de ontem aos gritos de mito, aproveitou então a presença de populares e perguntou se "tem algum paraíba aqui?". Os apoiadores então responderam que sim. E Bolsonaro emendou: "Ficaram ofendidos?", questionou o mandatário, que teve o apoio de manifestantes.
Foi também para os populares, em uma área de acesso restrito à imprensa, que o presidente falou que o governo vai enviar um projeto ao Congresso Nacional para legalizar a atividade do garimpo. Ele, no entanto, não deu informações sobre quando isso vai acontecer.