Correio braziliense, n. 20451, 19/05/2019. Política, p. 3

 

Dirceu é transferido de prisão

19/05/2019

 

 

O ex-ministro José Dirceu, que se entregou na sexta-feira à noite à Polícia Federal, em Curitiba, para cumprir a segunda condenação na Operação Lava-Jato, foi transferido ontem para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, Região Metropolitana da capital paranaense, depois de passar por exames no Instituto Médico-Legal (IML). O petista foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, em 2017, quando foi constatado o recebimento de propina em um contrato da Petrobras com a empresa Apolo Tubulares. Depois de já ter sido solto, a Justiça do Paraná, na quinta-feira, mandou prendê-lo outra vez, porque o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou um recurso da defesa, que pedia prescrição da pena.

A defesa do ex-ministro não quis se pronunciar sobre o assunto. Nesta segunda condenação, na primeira instância, a pena havia sido de 11 anos e 3 meses. Na apelação, a 8ª Turma do TRF-4 decidiu, por maioria, reduzir para 8 anos e 10 meses. O primeiro processo em que Dirceu foi condenado apura irregularidades na Diretoria de Serviços da Petrobras, o que o levou à prisão por crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações do Ministério Público Federal, recebeu aproximadamente R$ 2,1 milhões comandando o esquema criminoso.

Entre agosto de 2015 e maio de 2017, o ex-ministro ficou preso no Paraná. Mas conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para aguardar o julgamento dos recursos em liberdade, com tornozeleira eletrônica. Chegou a ser preso mais uma vez em 2018. Foi solto novamente em junho, depois que a Segunda Turma do STF considerou que ele deveria aguardar em liberdade até que os recursos fossem julgados pelo STJ.