Título: Quadro melhor em 2013
Autor: Martins, Victor ; Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 28/09/2012, Economia, p. 10

Mesmo já contando com um impacto favorável de menos 0,5 ponto percentual na inflação esperada para 2013com a desoneração promovida pelo governo na energia elétrica, cumprir a meta de 4,5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano que vem não vai ser nada fácil para o Banco Central (BC).

Parte da culpa será do crescimento econômico mais vigoroso. No segundo trimestre, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) já deverá estar em 3,3%, mais do que o dobro do 1,6% previsto para o final deste ano. Outra parte do problema virá do reajuste dos itens administrados por contrato e os monitorados, de 2,4% na projeção do BC.

Para este ano, a situação é pior. Com a alta de quase 20% no preço das commodities, o BC já jogou a toalha. É certo que a inflação de 2012 não ficará no centro da meta. Somente a projeção para a variação do conjunto dos preços administrados e monitorados é de 3,6% no ano. Para isso, o BC trabalha com a hipótese de estabilidade dos preços da gasolina e do gás de bujão, reajuste de 1,4% nos preços da eletricidade e redução de 1% nas tarifas de telefonia fixa.

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, disse que para 2013 o balanço de risco para a inflação é bem mais favorável que o deste ano. Ele acha pouco provável um novo choque de commodities e nova rodada de apreciação como a verificada neste ano, quando o dólar saiu de R$1,60 para R$ 2,04.

Para 2013 o BC conta com reajustes de salários mais moderados. Araújo citou os bancários que, em 2011, conseguiram 9% e neste ano, 7,5%. O salário mínimo crescerá no ano que vem 7%, metade do aumento deste ano.