Título: Serra retoma ataques
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Correio Braziliense, 03/10/2012, Política, p. 5

O tucano José Serra voltou a acusar a presidente Dilma Rousseff de utilizar a máquina pública para beneficiar o rival Fernando Haddad (PT). "A Marta Suplicy era contra o Haddad e, para apoiá-lo, a Dilma deu um ministério para ela. Isso é uso do governo como se fosse propriedade privada", condenou Serra, em referência à troca de Ana de Hollanda por Marta Suplicy no Ministério da Cultura. "Ela (Dilma) pode apoiar quem quiser, mas foi muito errado fazer uma mudança de ministério só por causa das eleições em São Paulo", reclamou, durante caminhada em ruas do bairro de Santana, Zona Norte paulistana, na tarde de ontem.

Serra minimizou a presença de Dilma Rousseff em comício do PT na noite de segunda-feira e direcionou as críticas para a atuação da presidente diante da "fase de estagnação" da economia brasileira. "Não sou contra ela apoiar o Haddad. Desejo é que ela tenha forças para enfrentar dois problemas que afetam a nossa economia: o crescimento lento no ano passado e neste ano, e o aumento da inflação, que é visível nos mercados e nas ruas". Serra voltou a dizer que a presidente, que fez campanha ao lado de Haddad, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Marta Suplicy na Zona Leste, desconhece São Paulo. "Nem ela acha que conhece São Paulo. Quem é de fora não pode conhecer mesmo."

O candidato tucano evitou rebater a declaração de Dilma, que afirmou achar necessário "meter o bico em São Paulo". Ele também não respondeu a Lula. Durante o comício petista na segunda-feira, o ex-presidente condenou a saída de Serra da prefeitura para a disputa do governo paulista, em 2006. Questionado sobre a ameaça de greve de funcionários do metrô e de professores para amanhã, último dia para a realização de campanha nas ruas, Serra disparou: "Seria uma jogada eleitoral absolutamente abominável. Não tenho dúvidas que tem gente querendo isso, mas espero que os metroviários não parem. Isso é castigar a população trabalhadora da cidade." A cúpula tucana liga os movimentos grevistas ao PT.