O Estado de São Paulo, n. 45910, 29/06/2019. Internacional, p. A19

 

Cai imigração do México para os EUA

29/06/2019

 

 

Segundo secretário americano de Segurança Interna, queda deve ser de 25%, graças ao cerco das autoridades mexicanas aos centro-americanos

As prisões ao longo da fronteira dos EUA com o México devem cair 25% este mês, segundo o secretário interino de Segurança Interna, Kevin McAleenan. Ele atribuiu essa redução ao cerco das autoridades mexicanas aos imigrantes da América Central e à expansão de programas que exigem que postulantes a asilo dos EUA esperem pelo julgamento de seus pedidos fora do território americano.

Autoridades dos EUA detiveram mais de 144 mil pessoas na fronteira em maio, o mais alto número desde 2006. Após o presidente Donald Trump ameaçar impor tarifas às exportações mexicanas, o presidente Andrés Manuel López Obrador concordou em enviar milhares de soldados para interceptar imigrantes e prevenir entradas ilegais do México para os EUA.

“Está claro que nas últimas três semanas, desde que o governo alcançou um novo acordo com o México, temos visto um aumento substancial no número de interdições na fronteira sul mexicana”, disse McAleenan a jornalistas ontem.

O secretário interino elogiou os congressistas por terem aprovado, na quinta-feira, US$ 4, 6 bilhões em fundos s de emergência para apoiar financeiramente instalações ao longo da fronteira entre EUA e México, um raro acordo bipartidário no atual Congresso americano.

McAleenan afirmou que os fundos serão usados para melhorar as condições dos superlotados centros de processamento e detenção de imigrantes. O acordo foi aprovado em meio a uma crescente crise pelas condições dos alojamentos dos menores, algumas vezes sem sabonetes, pasta de dentes ou chuveiros, com pouca supervisão de adultos e comida insuficiente.

‘Dreamers’. A Suprema Corte americana decidiu ontem examinar se o presidente Trump pode cancelar o programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), que protege da deportação centenas de milhares de imigrantes que chegaram ilegalmente ao país quando crianças (os chamados “Dreamers”).

O Supremo, com uma maioria conservadora, informou ter concordado em abordar três decisões de primeira instância que bloquearam a iniciativa de Trump de encerrar, em 2017, o DACA, criado em 2012 por seu antecessor, Barack Obama. O programa protege quase 700 mil “Dreamers” dos 1,8 milhão estimados nos EUA.