Título: Carlismo mostra força
Autor: Caitano, Adriana
Fonte: Correio Braziliense, 08/10/2012, Política, p. 8

Contrariando as últimas pes­quisas de intenção de voto, o de­putado federal ACM Neto (DEM) chega ao segundo turno na frente do também deputado Nelson Pe- legrino (PT). Os levantamentos do início da campanha apontavam essa tendência, mas a presença maciça de estrelas petistas no pro­grama de Pelegrino quase o leva­ram à liderança na reta final.

O petista votou ontem pela manhã acreditando na vitória an­tecipada pelos institutos de pes­quisa. "Saímos atrás e demos essa virada. Estamos confiantes em conquistar essa vitória no primei­ro turno, mas, caso não consiga, vamos vencer no segundo", disse ele. O candidato havia ganhado fôlego com o apoio declarado de figuras nacionais como a presi­dente Dilma Rousseff e a presen­ça do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comício, além de ministros e políticos. Nas últimas pesquisas, a diferença entre ele e o democrata chegou a 7%.

Com 10 minutos a menos no programa eleitoral do rádio e da TV, ACM Neto minguou nas pes­quisas quando os adversários mostraram imagens dele amea­çando dar "uma surra" no então presidente Lula. O contra-ataque que associava Pelegrino ao "time do mensalão" foi barrado pela Justiça, mas acabou se mostran­do eficiente para recuperar a liderança perdida. Não por acaso, a estratégia deve ser retomada no segundo turno. De acordo com o coordenador da campanha de ACM Neto, José Carlos Aleluia, a equipe vai recorrer da decisão judicial que impede o candidato de citar o escândalo petista. "É uma coisa real e vamos usar isso em todo lugar, nem que me prendam", desafiou.

Outro alvo do DEM na segun­da batalha da disputa será o go­vernador da Bahia, Jaques Wag­ner, do PT. "Ele foi eleito a pedido de figuras nacionais petistas e faz um péssimo governo. Então, va­mos mostrar que a prefeitura seresolve localmente", completou Aleluia. "Eu tinha um terço do tempo de propaganda do meu adversário, mas, agora, em con­dições de igualdade, vou desmas­carar o candidato oficial do go­verno", disse ACM Neto retoman­do o tom de campanha.

Em terceiro lugar, Mário Kertész (PMDB), que já foi prefeito da capital por duas vezes, ainda não definiu quem vai apoiar no segundo turno. "Vamos esperar o resultado da eleição de vereado­res e conversar internamente pa­ra ver o que é melhor para o parti­do", comentou o deputado fede­ral Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que atuou na campanha peemedebista. Integrante da base do governo federal, a parte baiana da legenda ficou irritada com a aparição de Dilma no programa do candidato petista e já havia ameaçado ficar ao lado de ACM, mas a direção nacional tende a barrar a rebeldia.